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    sexta-feira, maio 09, 2025

    Leão 14, o novo papa, não deixa de ser resposta ao incendiário Trump

    Um homem vestido com vestes religiosas, incluindo uma túnica branca e um manto vermelho, está acenando com as duas mãos levantadas. Ele usa óculos e tem cabelo grisalho. O fundo é de um tecido vermelho.
     

    Ao ser eleito papa, o argentino Francisco gracejou que seus irmãos cardeais "foram buscá-lo no fim do mundo". O cardeal Robert Francis Prevost, eleito nesta quinta-feira (8) seu sucessor, não vem da dita periferia global, vem dos Estados Unidos. Escolheu para si o nome de papa Leão 14.

    A escolha é farta em simbolismo geopolítico: dia desses o perfil da Casa Branca compartilhou uma foto de seu atual inquilino vestido de pontífice, uma cortesia da inteligência artificial. Donald Trump tem um histórico de arranca-rabos com Francisco, crítico de sua política migratória. A montagem pegou tão mal que o próprio Trump tratou de dizer que não tinha nada a ver com ela.

    O novo líder da Santa Sé é ao mesmo tempo da América do Norte e do Sul. Nasceu em Chicago, formou-se em matemática no país natal e tem nacionalidade peruana, por ter servido como missionário por anos no país latino-americano —Prevost, por sinal, é próximo da América Latina e era esperado na Assembleia-Geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), que acabou cancelada após a morte de Francisco.

    Se Trump quer erguer muros, o primeiro discurso papal de seu conterrâneo insistiu na construção de pontes. Tal qual Francisco, o cardeal Prevost bateu de frente também com o vice dos EUA. J. D. Vance havia usado um princípio da teologia católica medieval para justificar a sanha do chefe contra imigrantes. "Ordo Amoris", ou "ordem do amor", segundo ele, traduziria o "senso comum básico" de que as obrigações morais com os próprios filhos se impõem àquelas que devemos ter "com um estranho que vive a quilômetros de distância". Ou seja, América primeiro, sempre.

    "J. D. Vance está errado: Jesus não nos pede para ranquear nosso amor pelo próximo", foi o título de um artigo compartilhado no X por Prevost, ainda na pele cardinalícia, em fevereiro.

    É um papa de perfil diplomático. Feito bispo no Peru, estava hoje à frente de um dos postos de mais alto calibre no Vaticano, encarregado de supervisionar a seleção de novos bispos.

    Aparenta-se com Francisco na defesa dos pobres e dos migrantes. Quer uma Igreja mais disposta a ir ao fim do mundo, fora da zona de conforto eurocêntrica que por séculos a guiou. "Um bispo", disse em 2024 o agora papa, "não pode ser um pequeno príncipe sentado em seu reino". Está lá na Bíblia: "Ide e levai o evangelho a toda criatura", já pregara Jesus.

    Como o papa que lhe precedeu, Leão 14 é afeito ao sínodo, processo na Igreja que amplia discussões. Em vez de discutir as questões centrais na alta cúpula católica, o debate pode incluir sacerdotes de outros graus e até leigos. Mulheres, inclusive.

    O papa anterior era pop. O novo talvez seja menos midiático. Prevost difere de Francisco na personalidade, considerada menos efusiva.

    Não é, a princípio, o papa que a comunidade LGBTQIA+ pediu a Deus. Já deu declarações pouco simpáticas à causa. Em 2012, chegou a lamentar que a mídia ocidental se afeiçoe a "crenças e práticas que estão em desacordo com o Evangelho", como "estilo de vida homossexual" e "famílias alternativas compostas por parceiros do mesmo sexo e seus filhos adotivos".

    Leão 14 e Francisco não são alinhados em tudo, mas há pontos de confluência. Não espere um papado de ruptura com o legado de Francisco.

    O primeiro papa Leão, que liderou a Igreja Católica no século 5, atuou no que romanos à época encaravam como "invasões bárbaras". Ele capitaneou uma delegação para se encontrar com Átila, líder dos hunos, e dissuadi-lo de continuar a pressionar pela guerra.

    A negociação surtiu efeito, e Roma foi poupada. Prevost, que a partir de hoje atenderá por Leão 14, conduzirá 1,4 bilhão de católicos por tempos também turbulentos. Onde há fumaça, branca ou não, há fogo. O papa que sai hoje do conclave terá que ser um pouco bombeiro também.

    FOLHA

     

     

     

     

     

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