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    quarta-feira, maio 07, 2025

    Geraldo Pereira em dominio público

     

     


    DANIEL CAETANO

    Uma notícia que ainda não vi por aí: depois de amanhã, dia 08 de maio de 2025, toda a obra de Geraldo Pereira entra em domínio público. Nesse dia vão se completar setenta anos da passagem do grande, genial compositor de sambas como Falsa Baiana, Escurinha, Sem compromisso e muitos outros. 
     
    Geraldo foi uma figura da pesada. Carioca nascido em Juiz de Fora, foi um dos maiores compositores da era de ouro da rádio brasileira. Foi também motorista da Comlurb, já que tinha contas a pagar. Morava na Mangueira e aprendeu a tocar violão com o Cartola. Foi um dos criadores do samba sincopado e do samba de breque, tendo vendido pro Moreira da Silva a autoria do samba Na subida do morro. Foi amigo do João Gilberto, parceiro de cerveja (e provavelmente de otras cositas). Num forte indício da grandeza do seu caráter, era torcedor do Flamengo. 
     
    A história da sua morte é controversa e se mistura com a lenda: dias antes de falecer, Geraldo brigou com Madame Satã num bar da Lapa, o que levou muitos a atribuírem seu falecimento a essa briga. Os textos biográficos em geral desconfiam dessa versão, já que alguns dias se passaram entre uma coisa e outra. Mas o Mário Lago, num depoimento que concedeu no final dos anos 1990 (em que eu era um dos entrevistadores, junto com as queridas Clara Linhart e Camila Maroja), contou que testemunhou a briga entre Geraldo e Satã - segundo ele, Geraldo estava bêbado e provocou tudo. Ainda segundo o Lago, era notório entre os frequentadores do bar que Geraldo tinha um grave problema de saúde no sistema digestivo e Satã, ao acertar vários chutes no compositor, deixou ele à beira da morte. Passados os anos, imprima-se a lenda e cada um acredita na versão que preferir.
     
    Geraldo chegou a participar de uns poucos filmes, entre eles o lendário Berlim na Batucada, produção da Cinédia com direção do igualmente lendário Lulu de Barros. Em 1998 foi lançado um filme contando a sua história, "O rei do samba", do José Sette. Com os setenta anos de sua morte, caem em domínio público todas as canções que compôs sozinho, então desconfio que nos próximos anos os sambas dele vão ser ouvidos em muito filme de baixo orçamento, juntando-se ao nosso querido Noel Rosa.


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