Humilhado pela Ucrânia na ONU, Trump revidou em praça pública
JAMIL CHADE
Os ataques públicos de Donald Trump contra Volodymyr Zelensky ocorrem dias depois de a diplomacia do republicano ter sido humilhada na ONU ao tentar impor sua proposta de paz na Ucrânia.
No início da semana, em Nova York, o governo Trump propôs uma resolução que pediria o fim da guerra. Mas sem acusar a Rússia de invadir o país vizinho, nem qualquer compromisso que significasse a retirada das tropas de Vladimir Putin.
Zelensky resolveu comprar briga. Apoiado por europeus, ele despachou para Nova York uma de suas vice-ministras e, na Assembleia Geral da ONU, criticou abertamente a Casa Branca.
O discurso abriu caminho para que outras delegações subissem ao palco para atacar o estilo de diplomacia de Trump, arrancando aplausos dos demais governos.
A diplomacia dos EUA sofria sua primeira grande derrota internacional. A proposta ucraniana foi amplamente votada e foi aprovada, denunciando a Rússia e rejeitando o plano de Trump.
Já a resolução americana foi alvo de emendas e ficou absolutamente descaracterizada. Nem o governo Trump acabou votando por seu texto original.
Horas depois, no Conselho de Segurança da ONU, EUA e Rússia fizeram valer seu veto, impediram que a proposta dos europeus prosperasse e aprovaram sua própria resolução.
Mas sem o respaldo global.
Nos bastidores, diplomata de alto escalão alertavam que aquela humilhação não iria sair barata.
Não ficou. E Trump esperou as câmeras de todo o mundo estarem voltadas para seu próprio "cercadinho" —no caso, o Salão Oval da Casa Branca— para humilhar Zelensky e rejeitar um acordo.