Trumo define valores do segundo mandato ao libertar bandidos e ameaçar crianças
LEONARDO SAKAMOTO
Quando Donald Trump perdoou cerca de 1,5 mil de seus apoiadores que, em uma ação golpista, invadiram o Congresso e tentaram impedir a certificação da vitória de Joe Biden em 6 de janeiro de 2021, ele não estava salvando a democracia e a liberdade de expressão, mas aliviando a barra de criminosos. Pois é isso o que golpistas são em uma democracia: bandidos.
E quando assinou o decreto que proíbe o reconhecimento de pessoas nascidas nos EUA como cidadãs norte-americanas se os seus responsáveis não tiverem documentos de imigração em dia, ele criou uma terrível ameaça para crianças inocentes. Que podem vir a ser expulsas de sua casa e deportadas para um país que não é e nunca foi sua terra.
O 47º presidente dos EUA começou seu segundo mandato deixando claro que é um homem de palavra, colocando em marcha dezenas de promessas de campanha. Com isso, também mostra quais são os valores que vão guiá-lo nos próximos quatro anos.
O problema é que esses valores batem de frente com uma vida mais digna para todo mundo (o mundo inteiro, literalmente), independentemente da cor de pele, etnia, classe social, origem, identidade, gênero.
Mas, se houver questionamento, também não tem problema. Para garantir que a liberdade de expressão seja usada “corretamente”, interpretando a realidade da forma como deseja, ele pode contar com a ajuda daqueles que estavam em locais de honra em sua posse.
Os donos das redes sociais são capazes de garantir que esses valores sejam interpretados da forma certa. Ou seja, na nova “era de ouro” dos Estados Unidos, criminosos são heróis. E crianças são bandidas.
UOL