Os bolsonaristas estão em estado de graça com a eleição de Donald Trump
JAMARI FRANÇA
Os bolsonaristas estão em estado de graça com a eleição de Donald Trump na crença de que ele irá ajuda-los a voltar ao poder. Bolsonaro presidente teve um rápido relacionamento com o presidente americano do inicio de 2019, sua posse, a 20 de janeiro de 2020, quando Trump passou o poder para Joe Biden. Neste curto período, Trump fez Bolsonaro de trouxa, levando-o a tomar várias providências que deram lucro aos americanos e prejuízos aos brasileiros.
Bolsonaro pediu a Trump que apoiasse a entrada no Brasil na OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico*, o que seria um trunfo para seu governo com favorecimento em relações comerciais e econômicas. Trump concordou e apresentou algumas demandas que Seu Jair seguiu, daí, no final das contas, indicou a Argentina.
A saber: Compra de 750 mil toneladas de trigo americano com tarifa zero de importação; Compra de 750 milhões de litros de etanol isentos da tarifa de 20%, prejudicou os fabricantes do Nordeste. Uma contrapartida para liberação das exportações de açúcar para os Estados Unidos não aconteceu. O pedido de Bolsonaro para que os americanos voltassem a importar a carne brasileira, na época suspensa há dois anos, não foi atendida e Trump anunciou taxação para a importação de aço e alumínio do Brasil sob alegação que estaria havendo uma desvalorização proposital do real.
No momento atual existe uma guerra de influências entre a China, com apoio da Rússia, e os Estados Unidos. Como segunda potência econômica do mundo, a China vem estendendo sua influência a várias partes do mundo, incluindo as que tem acordos com a Washington. Uma questão complexa com os chineses investindo bilhões de dólares na própria Ásia, na África e na América do Sul.
No governo Bolsonaro, o maior parceiro do Brasil foi a China, responsável pelo nosso superávit comercial. O ex-presidente falava contra a China por ser comunista, mesmo assim os chineses mantiveram as importações do Brasil no que poderia ter sido um tiro no pé do Seu Jair. Com a vitória de Lula as relações com a China foram ampliadas, sem abrir mão das relações com os Estados Unidos. Uma eventual pressão de Donald (Duck) Trump pode facilitar os negócios