Brazil anuncia no G20 que Tinder contra a fome e a pobreza já deu match
LEONARDO SAKAMOTO
Sob a presidência do Brasil, o G20 lançou uma iniciativa para conectar governos que tentam combater a fome com países, bancos e organizações interessados em contribuir financeiramente e tecnicamente para isso. Os diplomatas vão ficar irritados com a comparação, mas o mecanismo criado funciona como um “Tinder” contra a miséria com o objetivo de dar match.
Agora, durante a Cúpula Social do G20, o clube das nações mais ricas do mundo, que foi realizado no Rio, a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza anunciou compromissos concretos de 41 países, 13 organizações internacionais e 18 organizações não governamentais e filantropias. Este é um subconjunto do total de países e organizações que decidiram se integrar à Aliança como membros fundadores. A composição total de membros será anunciada nesta segunda (18), na Cúpula de Líderes do G20.
Acostumados a lermos notícias sobre desgraça e problemas, isso merece um tanto de nossa atenção devido ao potencial real.
Palestina e Líbano (que sofrem com os bombardeios de Israel), Benin, Burundi, Chade, Chile, Equador, Libéria, Nigéria, Omã, Peru, Togo, Tunísia e Zâmbia estão liderando a iniciativa entre os que fazem compromissos para serem apoiados ou financiados. Entre os planos anunciados está o de criar ou melhorar os registros nacionais de beneficiários e sistemas de pagamento para transferências de renda - algo semelhante ao nosso CadÚnico.
Ao mesmo tempo, governos como os de Portugal e do Reino Unido estão ampliando a colaboração com organizações como as agências da ONU para alimentação e agricultura, trabalho, infância e bancos de fomento para expandir o apoio financeiro e técnico para os países de baixa e média renda que anunciaram os compromissos.
Em toda a reunião multilateral fala-se da importância de combater a fome (pois todo mundo é contra a fome e, nesse sentido, o Brasil acertou em colocar o tema como prioridade de sua presidência), mas poucas ações concretas são postas na mesa para melhorar o enfrentamento à questão para além da doação desconectada e pontual. Se conseguir ainda que uma fração disso, o Tinder já terá levado prazer a muita gente.
UOL