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  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

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    terça-feira, agosto 06, 2024

    Brasil será ouro quando negras tiverem chance dos brancos

     

     


    LEONARDO SAKAMOTO

     Quem não está morto por dentro celebrou o ouro, a prata e o bronze de Rebeca Andrade nestas Olimpíadas, que a transformaram na nossa mais premiada atleta olímpica de todos os tempos. É uma história de técnica e dedicação, mas também de superação. Negra, pobre, periférica, filha de empregada doméstica, criada sem o pai, andava duas horas a pé para treinar no ginásio da Vila Tijuco, em Guarulhos, segunda cidade mais populosa do Estado de São Paulo, até que seu irmão conseguiu uma bicicleta para lhe dar carona. Ela é ouro, mas o Brasil, como país, ainda fica devendo na sua função de garantir as mesmas oportunidades para todos, e segue fora do pódio.

    Pois antes que circulem discursos de que qualquer pessoa pode chegar lá, dependendo apenas de si mesmo, vale fazer perguntas: quantas Rebecas deixam de desenvolver seu potencial porque faltou apoio por parte do Estado? Quantas Rebecas surgiriam se o Brasil fosse um grande projeto de educação esportiva, tal qual aquele que ela encontrou? E por que grande parte da iniciativa privada adora colar sua imagem apenas aos vencedores do presente, mas investe menos do que poderia nas apostas de novas Rebecas? Por que não nos oferecemos condições para produzir Rebecas com mais frequência?

    O apoio ao esporte de base aumentou ao longo das décadas, o que tem se traduzido em resultados em campeonatos mundiais e Olimpíadas, apesar dos quatro anos sinistros de queda no apoio a políticas públicas que vivemos nessa em tantas outras áreas entre 2019 e 2022. Mas ainda estamos longe dos países que investem estruturalmente no esporte, como estamos longe dos países que investem na educação e ciência.

    Alguns que estão lendo este texto devem estar reclamando que estou politizando o esporte. Ignoram que não há nada mais político do que uma mulher negra e pobre ter muito menos oportunidades no esporte e na vida ao nascer do que um homem branco e rico. Como sempre digo aqui, no Brasil, há meritocracia. Mas ela é eminentemente hereditária.

        UOL     

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