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    sexta-feira, julho 19, 2024

    Terceira temporada consolida 'O Urso' como melhor série no ar

    Cena da terceira temporada da série 'O Urso'
     

     Luciana Coelho

    Yes, chef. "O Urso" escapou da maldição da terceira temporada (quando a cabeça dos roteiristas trava e a história patina) e com ela se consagra como a série que mais bem cristaliza o espírito desses surtados anos 20. É provavelmente por isso que, mesmo consideradas suas falhas, seja hoje a melhor série no ar, como indica a chuva de indicações ao Emmy recebida nesta semana.

    O espectador mais crítico sentirá falta de maiores evoluções na trama, cujos dilemas se acumulam irresolutos mais do que os pedidos na cozinha do restaurante sobre o qual versa a série. Christopher Storer, roteirista e diretor, desta vez preferiu avançar na composição de seu enredo olhando para trás (com histórias pregressas) e para o impalpável (as conjecturas e neuroses de seus personagens).

    Com isso, quase não há linha cronológica clara entre os episódios.

    Alguns recorrem inteiros a flashbacks, como o centrado na chegada de Tina (Liza Colón-Zayas) à cozinha ("Guardanapos", a belíssima estreia da atriz Ayo Edebiri, a Sidney, na direção). Outro ("Lascas de Gelo") congela o tempo, suspenso em um longo e redentor diálogo de uma Natalie (Abby Elliot) prestes a parir com sua mãe, Donna (Jamie Lee Curtis, novamente estarrecedora).

    E há "Amanhã", o que abre a temporada, um turbilhão de cenas que re cusa a noção de temporalidade, pulando entre os dias seguintes à inauguração do restaurante, o passado de Carmy (Jeremy Allen White) e os cenários que só existem dentro de sua cabeça sem preocupação de fazer distinção entre eles.

    Só por esses três episódios "O Urso" estaria anos-luz adiante de qualquer outra coisa atualmente na TV/streaming.

    Mas ao amalgamar essas joias inventivas com sequências mais tradicionais, a série corrige erros anteriores (esta colunista ainda não superou a mudança repentina de caráter e motivação de Richie) e adensa seus personagens de uma forma que raramente se vê na linha de produção do streaming. A resultante é uma temporada dramaturgicamente superior às duas anteriores.

    Isso pode não ser imediatamente perceptível nem necessariamente satisfazer todo o público, parte do qual esperava resoluções para tantas abertas.

    No entanto, ao se distanciar um pouco do protagonista, o narcisista e ansioso Carmy, "O Urso" oferece pausas que nos permitem apreciar como são preciosos também os outros personagens, de forma que se torna difícil não se enxergar, alternadamente, em vários deles (ok, admitamos que ninguém precisa dos Fak).

    Desde o início, Storer e sua coesa equipe de corroteiristas e codiretores têm espelhado na série o que os chefs em cena explicam sobre boa gastronomia. Não à toa há tantas participações especiais de cozinheiros estrelados da vida real, simultaneamente uma reverência e uma piscadela cúmplice entre duas artes criativas ultraglamourizadas no olhar do público, embora intensas e insanas em seus bastidores.

    Simplicidade, ingredientes bons, ousadia de tentar algo inusitado, camadas de sabores que se desvelam aos poucos, está tudo ali, e cala aos pouco. Quase como a "mágica" à moda antiga citada em "Desculpas": truques simples, mas inventivo e executados com tanta destreza que resulta fascinante e surpreendente.

    E, claro, há um elenco que se devota a seus personagens como se qualquer um deles merecesse ser protagonista. E como eles ganham nuances nesta terceira fase.

    O redemoinho violento de angústias e expectativas que Allen White coloca em Carmy é, de uma vez, magnético e assustador; Ayo Edebiri, que se mostra o nome mais versátil de sua geração; sutilmente exibe as rachaduras na determinação de sua Sydney; Ebon Moss-Bachrach dá a Richie uma falibilidade e um pesar tão profundos que nos vermos nele alimentaria sessões de terapia. A força que Colón-Zayas põe em Tina a resgata de uma invisibilização à qual mulheres de sua idade e origem tantas vezes são relegadas, e a Nattie/Sugar de Abby Elliot cresce a ponto de alcançar a altura de Jamie Lee Curtis em cena.

    Entre tantos nomes novos ainda há Curtis, Olivia Colman, Oliver Platt. E há Chicago, um personagem imenso em cena, amorosamente envolto em uma fotografia sóbria e a trilha sonora que nos faz ter vontade de morar dentro dela.

    É bonito, e raro e até comovente, ver como o propósito incansavelmente buscado pelos personagens de "O Urso" norteia também a confecção da série.

    FOLHA

     

     

     

     

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