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    sexta-feira, junho 14, 2024

    Há 35 anos morria o poeta PAULO LEMINSKI



    por Ediel Ribeiro

    Rio - Paulo Leminski foi poeta, romancista, compositor e tradutor. Nasceu em Curitiba, no Paraná, em 1944.
    Filho de Paulo Leminski, um militar de origem polonesa e Áurea Pereira Mendes, uma dona de casa - filha de pai português e mãe brasileira.

    Apesar da tentativa dos pais de fazer com que o menino ingressasse na vida religiosa - ele estudou no Mosteiro de São Bento - em 1963, Leminski viajou para Belo Horizonte para participar da Semana Nacional de Poesia de Vanguarda.
    Foi lá que conheceu os já grandes poetas Augusto e Haroldo de Campos e Décio Pignatari, fundadores do Movimento da Poesia Concreta.

    Admirador do poeta tropicalista Torquato Neto, Leminski estreou em 1964 com cinco poemas na revista Invenção, do movimento concretista, dirigida por Décio Pignatari. Publicou o seu primeiro livro - o romance Catatau - em 1976. A partir de então a sua produção literária seguiu de vento em popa.

    Inquieto e criativo, Leminski esteve sempre à beira de uma explosão e assim produziu muito. Dono de uma extensa e relevante obra, tinha uma poesia pessoal e marcante. Criou um jeito de escrever, com trocadilhos, ditados populares e forte influência do haicai, de Matsuo Basho - o poeta mais famoso do período ‘Edo’ no Japão. Abusava das gírias e palavrões, tudo de forma inata e instigante.

    Foi também letrista e músico. ‘Verdura’, de 1981, foi gravada por Caetano Veloso no disco ‘Outras Palavras’. Por sua formação intelectual, Leminski era visto por muitos como um poeta de vanguarda e, por ter aderido à contracultura, muitos o aproximam dos ‘poetas marginais’, embora ele jamais tenha assumido qualquer destes rótulos.

    Profissionalmente atuou como professor de história e redação além de ter participado como diretor de criação e redator em algumas agências de publicidade. Como tradutor trabalhou com grandes obras de autoria de Joyce e Beckett.

    Casou-se, aos dezessete anos, com a desenhista e artista plástica Neiva Maria de Souza. Separou-se em 1968, e, em seguida, casou-se com a também poeta Alice Ruiz, com quem viveu durante vinte anos e teve três filhos: Miguel Ângelo, Áurea e Estrela.

    O poeta morreu em 7 de julho de 1989, em consequência do agravamento de uma cirrose hepática que o acompanhou por toda a vida, aos 45 anos.


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