This site will look much better in a browser that supports web standards, but it is accessible to any browser or Internet device.



blog0news


  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

  • Vislumbres

    Powered by Blogger

    Fragmentos de textos e imagens catadas nesta tela, capturadas desta web, varridas de jornais, revistas, livros, sons, filtradas pelos olhos e ouvidos e escorrendo pelos dedos para serem derramadas sobre as teclas... e viverem eterna e instanta neamente num logradouro digital. Desagua douro de pensa mentos.


    terça-feira, junho 18, 2024

    Charadas Criminosas

     

     



    Fenômeno no exterior e no Brasil graças a títulos
    como A Mandíbula de Caim e Murdle, a onda dos
    livros-jogos sobre mistérios policiais renova um velho
    (e lucrativo) filão  

    AMANDA CAPUANO


    EM UM DIA tedioso de 2021, o matemático americano
    G.T. Karber — filho de advogados e neto de um investiga-
    dor do FBI — estava em um café quando teve a ideia de um
    enigma: em um guardanapo, descreveu um crime com
    uma série de suspeitos, elencou dicas para encontrar o ver-
    dadeiro responsável, além da arma e do local do crime, e
    enviou a um amigo. Apaixonado por mistérios policiais,
    ele criou, pouco depois, um programa de computador para
    garantir que as dicas não tivessem furos e produziu uma
    leva desses enigmas para o site Murdle — que foi vertido
    no livro de mesmo nome, lançado recentemente no Brasil,
    com 100 casos a ser solucionados. Protagonizada pelo de-
    tetive Logicus, a obra tem também uma narrativa interli-
    gada. “Além de resolver os enigmas, é possível desvendar
    uma trama maior à medida que os casos vão sendo eluci-
    dados”, explica Marina Ginefra, editora de aquisição da In-
    trínseca, que publicou a obra por aqui.

     
    Fenômeno no Reino Unido, com mais de 200 000 có-
    pias adquiridas nos primeiros seis meses, Murdle está en-
    tre os lançamentos mais vendidos da Amazon por aqui e é
    o exemplar mais recente de uma safra de livros-jogos que
    têm despontado em todo o mundo. Com temática crimi-
    nal, essas tramas interativas imergem o leitor em um uni-
    verso próprio, transformando a obra em uma espécie de
    jogo de detetive, no qual quem lê é também jogador e in-
    terfere ou desvenda a história com investigações e toma-
    das de decisões. Lançado na Espanha em 2021, Crime
    Ilustrados chegou ao Brasil este mês, pela editora Record,
    e compartilha a premissa: é preciso resolver 27 casos ana-
    lisando a cena do crime e seguindo uma série de dicas es-
    palhadas pelas páginas — há, inclusive, recursos digitais
    como QR code e áudios que auxiliam na investigação.

     
    Apesar de ter voltado à tona há pouco, a união de li-
    vros e jogos não é um fenômeno exclusivo da contempo-
    raneidade: Agatha Christie, por exemplo, foi contratada
    em 1930 para planejar uma caça ao tesouro para deteti-´]
    ves, e os livros-jogos em si também têm precedentes.
    “Houve ondas grandes deles nos anos 1970 e 80”, explica
    Cassiano Machado, editor da Record — retrocedendo
    ainda mais no tempo ao citar A Mandíbula de Caim (In-
    trínseca). Resgatado em 2021 e alçado a fenômeno pelo
    TikTok, o livro foi criado originalmente na década de
    1930 pelo compilador de palavras cruzadas Edward Po-
    wys Mathers. Impressa em ordem aleatória, a obra preci-
    sa ter suas páginas reordenadas corretamente pelo leitor para que entenda o mistério e a história como um todo.

    Só no Brasil, já vendeu 200 000 cópias.

     


     

    Há ainda obras que seguem a linha do RPG, como O
    Porão (Record), trama nacional de Vítor Soares e Gio-
    vanni Arceno que bebe de tradição antiga. “O livro é
    inspirado em uma coleção chamada Aventuras Fantás-
    ticas (Fighting Fantasy), que chegou ao Brasil nos anos
    1980 e é bem tradicional”, explica o historiador Soares
    — que, além de coautor da obra, é apresentador do pod-
    cast História em Meia Hora. Ambientado na ditadura
    militar, O Porão vale-se de recursos como jogo de dados
    e de uma narrativa não linear em que o leitor escolhe
    qual decisão seguir e que página ler em seguida, deter-
    minando os caminhos até o desfecho da trama. “Você
    vai jogar com uma guerrilheira, a Samanta; sua missão
    será adentrar o porão do Dops, resgatar uma pessoa e
    sair de lá vivo”, diz Vítor.

     
    Ao se afastarem da literatura de fato e se aproxima-
    rem mais do entretenimento em definição mais ampla,
    os livros-jogos exalam um apelo nostálgico que aproxi-
    ma o leitor de um mundo analógico, como nos tempos
    em que as poucas opções de lazer eram jogos de tabulei-
    ro, sudokus e palavras cruzadas. “Tem a ver com o co-
    meço do encantamento do ser humano pelas narrativas,
    porque você está apelando para a fantasia e a imagina-
    ção”, opina Machado, da Record. A visão é compartilha-
    da por Marina Ginefra, mas ela destaca que há ligação
    recorrente com o mundo digital. “Os livros interativos
    funcionam como uma ótima alternativa para quem dese-
    ja fugir das telas”, diz. “Mas eles também dialogam com
    a cibercultura, e vemos isso tanto em A Mandíbula de
    Caim quanto em Murdle”, destaca, explicando que o pri-
    meiro explodiu no TikTok com “pessoas interessadas em
    trocar ideias em busca da solução”, enquanto o segundo
    nasceu de um jogo on-line. Nas páginas, todo mundo
    quer — e pode — ser detetive.

    VEJA  

     

     

    0 Comentários:

    Postar um comentário

    Assinar Postar comentários [Atom]

    << Home


    e o blog0news continua…
    visite a lista de arquivos na coluna da esquerda
    para passear pelos posts passados


    Mas uso mesmo é o

    ESTATÍSTICAS SITEMETER