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  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

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    sexta-feira, maio 26, 2023

    FORÇA DE EXPRESSÃO


    Arnaldo Branco 
     
    O novo caso de racismo contra o jogador Vinícius Jr. trouxe de volta o uso de algumas expressões que gostaria de comentar brevemente. Vamos nessa:
     
    Racista em desconstrução
     
    Esse termo, “desconstrução” — aplicado ao racismo ou a qualquer outra forma de preconceito — virou um salvo conduto pra quem continua reproduzindo comportamento racista mas também quer deixar claro que está pensando muito no assunto. É o “estamos tomando as devidas providências” do homem branco que está com preguiça de tomar qualquer iniciativa.
    “Desconstrução” passa a ideia de uma construção ao contrário, algo quase tão trabalhoso quanto o ato de construir. Significa que você quer lidar com o racismo, o seu e o dos outros, com a mesma velocidade de uma obra de igreja, que se arrasta de propósito pro pessoal não parar de fazer doações — que nesse caso são as migalhas de aprovação de outros caras que também estão passando por esse mesmo processo “demorado”.

    Racismo estrutural
     
    Claro, o racismo no Brasil é difuso a ponto de ter gente apoiando o direito de alguém contar uma piada racista sem entender que está sendo tão racista quanto o comediante, embora o rigor da expressão “racismo estrutural” seja contestado de tempos em tempos. Meu problema é com seu uso por uma galera que parece acreditar que se trata de uma espécie de fenômeno atmosférico inescapável, algo que pode te acometer involuntariamente, como uma gripe.
     
    O racismo estrutural virou o eu-lírico pra quem você pode apelar quando comete racismo. “Não fui eu, foi o racismo estrutural”. Assim como o tal processo de desconstrução, o racismo estrutural muitas vezes é usado como habeas corpus por gente que na verdade precisa assumir uma série de culpas.
     
    Identitarismo
     
    O uso pejorativo da expressão identitarismo — muitas vezes por gente de esquerda — para designar o que muitos acreditam ser uma agenda menor, um capricho adiável e favor de pautas mais “abrangentes”, é um dos maiores indicativos de privilégio do debate político. Só alguém muito ciente da sua bolha de segurança para desprezar o drama de quem luta por sua mera existência.
     
    O fascismo é o braço armado da supremacia branca e a supressão das minorias é o item número um da sua agenda. Quem não entende isso é um racista em desconstrução que ainda não deu uma mísera martelada para começar sua obra.
     
    CONFORME SOLICITADO
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