This site will look much better in a browser that supports web standards, but it is accessible to any browser or Internet device.



blog0news


  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

  • Vislumbres

    Powered by Blogger

    Fragmentos de textos e imagens catadas nesta tela, capturadas desta web, varridas de jornais, revistas, livros, sons, filtradas pelos olhos e ouvidos e escorrendo pelos dedos para serem derramadas sobre as teclas... e viverem eterna e instanta neamente num logradouro digital. Desagua douro de pensa mentos.


    domingo, abril 09, 2023

    ARTIFICIAL E DE PORRE



    Image

     

    SÉRGIO AUGUSTO

    Tenho procurado ler tudo sobre inteligência artificial. Por curiosidade e precaução. Seu mais popular prodígio, o ChatGPT, será em breve assunto tão corriqueiro quanto o coronavírus – e em certos lugares já é abordado com igual e justificável temor. Pudera: ChatGPT é um supergoogle que, como a Esfinge de Tebas, pode acabar nos devorando, suspeitam os mais céticos e paranoicos.

    Para evitar colas, plágios e fraudes correlatas, algumas universidades, como a Science Po da França, por exemplo, o baniram de sua convivência.

    Tirar empregos ou mesmo extinguir profissões faz parte do seu arsenal de malefícios. Mas o maior deles seria a disseminação de desinformação em alta escala, alertou Sam Altman, chefão do laboratório de pesquisa de inteligência artificial, OpenAI, em cujos recônditos o programa foi desenvolvido e vem sendo aperfeiçoado.
    Por enquanto, contudo, o robô sabichão tem funcionado mais como um joguinho eletrônico, gerador de conversas, consultas e redações ainda superiores às do Enem.

    A exemplo dos relatórios de órgãos de segurança, fornece muita informação equivocada. Os dossiês que o FBI produziu, antes, durante e depois do surto macarthista, foram publicamente desconstruídos e ridicularizados por Norman Mailer e John Kenneth Galbraith, na revista Esquire. Chegou a vez de testar a credibilidade do ChatGPT.

    Amigo meu resolveu por conta própria apurar o que o chatbot da OpenAI tem a dizer a meu respeito. Mais rápido que um raio, o robô wikipediou: “Renomado crítico de cinema, jornalista e escritor brasileiro”. Até aí tudo bem. Na segunda frase, o primeiro tropeço: deu-me mais 18 meses de idade.

    Na versão em inglês, o robô, mais detalhista, acertou o ano, mas errou o dia, o mês e até a cidade onde nasci. Além de “renomado”, mais idoso e do signo de gêmeos (não mais de aquário), virei mineiro, belo-horizontino.

    Se os humanos que alimentam a Wikipédia até hoje me mantêm atuante na revista Bravo!, que deixei há quase 20 anos, a inteligência artificial por trás do ChatGPT me põe iniciando carreira no Jornal do Brasil, que foi meu terceiro pouso na profissão, praticamente cinco anos depois de debutar na imprensa diária. Também ganhei “muitos anos” como editor de cultura da Veja, cargo exercido, por longo tempo sim, não por mim, mas por Geraldo Mayrink. Dos “vários prêmios e homenagens” que o robô me atribui, não me recordo de nenhum.

    Livros sobre cinema, especificamente, publiquei apenas dois, nenhum intitulado Circuito Fechado – Quatro Filmes Políticos da Ditadura ou Praça Saenz Pena, cujos verdadeiros autores desconheço, assim como desconheço quem escreveu O Bandido da Luz Vermelha (presumível ensaio a respeito do filme de Rogério Sganzerla) e Hitchcock à Brasileira, dois outros acréscimos apócrifos à minha bibliografia.

    Moral da história: logaritmos bebem e eu não sabia.

    ESTADÃO


    0 Comentários:

    Postar um comentário

    Assinar Postar comentários [Atom]

    << Home


    e o blog0news continua…
    visite a lista de arquivos na coluna da esquerda
    para passear pelos posts passados


    Mas uso mesmo é o

    ESTATÍSTICAS SITEMETER