Brasília, Itaparica, Palmares
"O que temos pela frente é um jogo de
Capoeira Angola quase sem espaços, gin-
ga miúda de muita atenção e golpes cer-
teiros de poder civil. Ou, se preferirem,
um jiu-jítsu jurídico, dedo por dedo, até
separar o joio golpista do trigo patriótico.
Argentina 1985, Brasil 2023: tudo a ver.
As Forças Armadas precisam apren-
der que não são o fiel da balança nem o
poder moderador. Os militares precisam
entender que não são competentes ou ho-
nestos por natureza, nem inimputáveis
por definição. Os 1,6 mil chefes militares
que ganham acima de 100 mil reais por
mês precisam explicar qual é o serviço
tão essencial que prestam ao povo brasi-
leiro para justificar o estouro vergonhoso
do teto salarial do funcionalismo público.
Nossas prioridades precisam ser as
professoras, creches, escolas, postos de
saúde, hospitais, institutos federais, uni-
versidades, institutos de pesquisa, uni-
dades de conservação, terras indígenas,
aldeias e quilombos. Nossos exemplos
precisam ser pessoas como o mateiro e
sementeiro Saberé, da reserva biológica
de Saltinho, em Pernambuco, a mestra
ceramista Irineia, da comunidade qui-
lombola do Muquém, e a ialorixá Mãe
Neide, da Serra da Barriga, em Alagoas,
ou os mestres de Capoeira Angola da ilha
de Itaparica Jaime de Mar Grande e Ro-
xinho, da Associação Paraguassu e do
Instituto Bantu, respectivamente."
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