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  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

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    sábado, janeiro 28, 2023

    Semântica


    Semana passada o PSDB entrou com uma ação na Justiça para impedir que o site do governo brasileiro use a palavra “golpe” para se referir ao processo de impeachment da Dilma Rousseff. Já o MBL protocolou um projeto de lei para proibir o uso da linguagem neutra em documentos públicos. Era exatamente isso o que eu queria da administração Lula, a volta triunfal da falta do que fazer. Eu mesmo já estou implicando de novo com participante de reality show e reclamando de escalação de festival de música.
    Por ora vamos esquecer do MBL, como se fosse preciso pedir, e nos concentrar no ataque de pelanca do PSDB. Primeiro que é engraçado que o partido faça questão de afirmar a legitimidade de um processo do qual já tentou se descolar, até porque sabe que o afastamento da Dilma representou o início da derrocada dos próprios tucanos, e ninguém gosta de admitir que foi tão burro.
    Até o candidato derrotado Aécio Neves, que começou toda a confusão questionando o resultado das urnas em 2014, disse depois que estava só brincando. E talvez seja verdade, muitas coisas envolvendo o PSDB parecem piada, como ter um segmento representante do movimento negro chamado Tucanafro cujo símbolo é um tucano preto vestindo uma boina do Bob Marley e que já foi presidido por uma loira.
    Mas é preciso entender porque é tão importante para tantos afirmar com veemência que as manobras políticas que culminaram no impeachment foram completamente legais e bem fundamentadas. O jornalista Pedro Doria inclusive prefere uma outra expressão para se referir a elas que é “jogo duro constitucional”, como se o legislativo fosse uma espécie de estádio argentino onde é preciso abrir mão da técnica e partir para o futebol-força na tentativa de vencer o adversário.
    Porque defender o impeachment não é uma tarefa tão fácil. Afinal, foi um processo conduzido por um cara que usou o nome da própria mãe como senha da conta na Suíça onde guardava os milhões que roubou da gente, e que foi praticamente conduzido da tribuna de onde liderou a votação para a cadeia. Tem também o fato de que o delito que motivou o impeachment foi legalizado assim que Dilma deu lugar ao vice-presidente que também assinou o mesmo ato mas foi poupado. E também porque existe um certo áudio vazado com um diálogo nada republicano onde dois golpistas discutem os meandros do golpe, deixando claro que o golpe foi, como direi, golpe.
    Com a queda de Dilma Rousseff o caminho ficou aberto para os bandidos que povoaram aquela votação tomassem o poder de assalto. Em vez dos caciques do PSDB, quem deitou e rolou foi o baixo clero do Centrão e seu representante mais popular, aquele cara que precisa esticar a estadia em Orlando toda vez que alguém abre um documento com dados do seu governo. Os últimos seis anos de desmandos tem muitos culpados diretos mas muito mais facilitadores envergonhados.
    E por isso que para eles é preciso afirmar categoricamente que não foi golpe. É preciso declarar que tudo que aconteceu na época foi legítimo para que tudo que aconteceu depois pareça acidente.

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