Governo Bolsonaro diminuiu acompanhamento médico quando metade das crianças Yanomami estava desnutrida
"Entre o primeiro e o último ano da gestão do extremista de direita, pelo menos 876 crianças a menos foram acompanhadas regularmente. Em 2022, 2.205 dos 5.861 Yanomami de até 5 anos tinham peso abaixo do adequado, sendo 1.239 deles peso muito inferior do ideal. No entanto, pela falta de acompanhamento, o governo não sabe a situação nutricional de 1.494 crianças. É no acompanhamento médico que as crianças são pesadas, medidas e têm seu quadro clínico geral avaliado. Ele permite identificar, por exemplo, quando a desnutrição começa, para que a equipe médica adote medidas imediatas e tente reverter a situação. Sem isso, as crianças podem ser levadas a um quadro de desnutrição severa, que exige uma remoção urgente por meio de aeronaves, do território Yanomami até Boa Vista, capital de Roraima, onde há um hospital. No final do ano passado, as remoções emergenciais foram suspensas por 10 dias em parte da área Yanomami. O helicóptero, único meio de chegar em algumas áreas, quebrou. Lideranças relataram ao menos 8 mortes no período, um dado que mostra como a dependência nas remoções de emergência tornou-se grande no território, diante da fragilidade das estruturas de atendimento."
leia reportagem de Talita Bedinelli