This site will look much better in a browser that supports web standards, but it is accessible to any browser or Internet device.



blog0news


  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

  • Vislumbres

    Powered by Blogger

    Fragmentos de textos e imagens catadas nesta tela, capturadas desta web, varridas de jornais, revistas, livros, sons, filtradas pelos olhos e ouvidos e escorrendo pelos dedos para serem derramadas sobre as teclas... e viverem eterna e instanta neamente num logradouro digital. Desagua douro de pensa mentos.


    terça-feira, outubro 25, 2022

    Autocrítica

     Eu estou vestido e armado com as armas de George

     


    Gabriel Trigueiro (Instagram: @gabri_eltrigueiro)

    Como confiar em um jornalismo e em uma classe política que “cobra a autocrítica” de alguém. O que você cobra, meu irmão, é dinheiro ou favor, jamais “autocrítica”. Nunca vi alguém apontar a contradição lógica, e até meio óbvia, da expressão. Se você precisa cobrar, não é “autocrítica”. 

    Por definição, “auto” é uma reflexão que a  pessoa faz de si mesma. Não parte nunca de uma outra pessoa. Sempre de si próprio. Então corta esse prefixo aí e chama pelo nome certo: o que você quer cobrar como autocrítica, na verdade, é uma crítica que VOCÊ gostaria de fazer a alguém, algum partido, ou o que for. Então toma essa coragem e diz: eu quero fazer uma crítica ao PT. Em vez de: “PT, faça sua autocrítica dizendo exatamente o que eu considero que foi um erro seu”.

    Esse é um problema político que é antecedido por um problema de linguagem. E o problema de linguagem, por sua vez, é a consequência de um problema de lógica básica.

    Repetidamente lemos e escutamos uma galera (partidos políticos, jornalistas etc.) cobrando a tal da “autocrítica do PT”. Por acaso acham que têm poder de polícia? Por acaso esperam uma mistura de autodelação maoísta com auto de fé? Se cobrar autocrítica não faz qualquer sentido, como linguagem e como política, por que tanta gente insiste nesse negócio?

    Em Politics and the English Language, ensaio de George Orwell publicado em 1946, há o argumento de que a linguagem política é um troço feito para que “as mentiras soem verdadeiras; o assassinato soe respeitável e para dar a aparência de solidez àquilo que é puro vento”. Além disso, qualquer expressão vaga, cheia de eufemismos, pretensiosa e mal-escrita é sempre um sinal de alerta. 

    Qualquer expressão cujo uso é basicamente o de porrete retórico para dar na cabeça do inimigo, mas que convenientemente jamais é usada na primeira pessoa, tem boas chances de ter um valor descritivo meio capenga, meio safado. A regra geral é: se a expressão funciona apenas como ofensa, desconfie.

     

    0 Comentários:

    Postar um comentário

    Assinar Postar comentários [Atom]

    << Home


    e o blog0news continua…
    visite a lista de arquivos na coluna da esquerda
    para passear pelos posts passados


    Mas uso mesmo é o

    ESTATÍSTICAS SITEMETER