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    quinta-feira, setembro 01, 2022

    As mulheres evangélcias estão à espreita

    Juliano Spyer


    Mais de 30 milhões de evangélicos no Brasil são mulheres. E, para muitas delas, Lula e Bolsonaro disputam o posto do candidato "menos pior". Por isso, elas estão à espreita por alternativas.

    A senadora Simone Tebet pode ser esta alternativa? Sim, pode. Há um caminho narrativo para ela se aproximar das eleitoras evangélicas.

    Elas rejeitam Bolsonaro porque ele é o homem agressivo que só é tolerado por ser casado com uma mulher evangélica. Elas rejeitam Lula porque ele é visto hoje como inimigo da família tradicional.

    A senadora de Mato Grosso do Sul foi a surpresa positiva para os eleitores indecisos monitorados pelo Instituto Datafolha durante o debate da Band. Qual é, então, a possibilidade que a senadora tem de dialogar com mulheres conservadoras insatisfeitas com a postura irascível do presidente?

    Tebet fraturou a imagem de Bolsonaro como defensor da família quando o denunciou por espalhar desinformação sobre a pandemia e responsabilizou o governo por tentar ganhar dinheiro ilicitamente com a compra de vacinas. Mas esse encanto se desfez para muitas evangélicas quando a senadora se apresentou como feminista.

    Há um fosso de desentendimento separando mulheres, especialmente as de classe média e alta, e as evangélicas pobres. E o termo "feminismo" é onde esse curto-circuito conceitual acontece.

    Feministas das camadas médias e altas percebem as evangélicas como mulheres submissas promotoras do patriarcado. Para mulheres com mais recursos, a resposta para situações de abuso masculino deve ser a ruptura do relacionamento, mas as igrejas incentivam as fiéis a "perseverar na fé" para preservar o casamento.

    É um assunto polêmico. Essa orientação das igrejas mantém a vítima exposta à violência física ou psicológica. Ao mesmo tempo —e esse é o X do problema—, o ambiente das igrejas também fortalece a posição da mulher na família e na sociedade.

    A mulher pobre evangélica ganha poder quando o companheiro sai do bar e deixa de gastar dinheiro com bebida, festas e relacionamentos paralelos, e passa a habitar o espaço vigiado das igrejas. A família economiza dinheiro, que é investido na casa, em educação e em atividades de lazer.

    Quando a senadora Simone Tebet se apresentou como feminista, ela se colocou na mesma posição que outros candidatos de esquerda ocupam: a de quem é contrário aos valores familiares por defender o divórcio e a legalização do aborto.

    O que uma mulher que pretende combater a polarização e unir o país pode fazer para evitar esse campo minado?

    Participei recentemente de uma pesquisa privada para examinar de quais conquistas o brasileiro popular se orgulha. A resposta dos homens foi em geral desinteressada, mas as mulheres ecoaram a percepção de que elas se orgulham delas mesmas e de outras mulheres de suas famílias.

    Em um mundo de tantas instabilidades e perigos, mulheres de baixa renda correm atrás, cuidam de seus familiares, se sacrificam, resistem, estudam, empreendem, e percebem que melhoram de vida por causa desse esforço.

    "Guerreira" é um termo percebido positivamente em todos os segmentos da sociedade. Vale para evangélicas e para as que não são evangélicas. É um sinônimo de "feminista" que não evoca o desentendimento entre mulheres que vivem em mundos socioeconômicos tão diferentes.

    É ainda uma imagem que conversa e evoca o respeito de muitos homens das camadas populares, que se sentem mais devedores de suas mães presentes do que de seus pais ausentes.

    Quando aconteceu a chacina do Carandiru em 1992, a fronteira do presídio ficou marcada pelos cães policiais de um lado e por mães, filhas, irmãs e companheiras dos presos do outro. Essa cena, que pode ser revista pela internet, sintetiza a imagem ao mesmo tempo forte e familiar da "mulher guerreira" no mundo popular. E foi também ela, a guerreira, que cativou a imaginação da audiência do debate neste último domingo.

    FOLHA 

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