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    segunda-feira, maio 30, 2022

    O país que elege Jair, massacra Genivaldo e esquece Nise da Silveira

     

    Reprodução

    BERNARDO MELLO FRANCO


    O presidente Jair Bolsonaro vetou a inscrição de Nise da Silveira no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Alegou que a homenagem, aprovada pelo Congresso, seria contrária ao interesse público.

    A psiquiatra dedicou a vida a humanizar o tratamento de pacientes com transtornos mentais. Formada em 1926, rebelou-se contra os métodos agressivos da época, como o choque elétrico, a lobotomia e o enclausuramento.

    No Centro Psiquiátrico Pedro II, que seria rebatizado com seu nome, Nise revolucionou as técnicas de terapia ocupacional. Os pacientes foram estimulados a trocar a vassoura pelo pincel. Em vez de passarem o dia varrendo o pátio, exercitavam a imaginação em ateliês de pintura.

    A experiência resultou na criação do Museu de Imagens do Inconsciente. As obras de arte produzidas no Engenho de Dentro rodaram o mundo e foram estudadas por Carl Gustav Jung, fundador da psicologia analítica.

    A vida de Nise inspirou filmes, livros e teses acadêmicas. Ela morreu em 1999, consagrada como referência da luta antimanicomial. Vinte e três anos depois, sua memória é aviltada por um presidente que despreza a ciência e exalta a tortura.

    O veto de Bolsonaro foi publicado no Diário Oficial de quarta-feira. No mesmo dia, três agentes da Polícia Rodoviária Federal torturaram e mataram Genivaldo de Jesus Santos, diagnosticado com esquizofrenia.

    O ato bárbaro ocorreu em Umbaúba, no interior de Sergipe, diante de dezenas de cidadãos. Um sobrinho avisou que o homem sofria de transtornos mentais, mas foi ignorado pelos policiais.

    Genivaldo foi parado numa blitz quando dirigia sem capacete. Ele desceu da moto e obedeceu à ordem para pôr as mãos na cabeça. Mesmo assim, ouviu insultos, levou pontapés e foi jogado no chão. Em seguida, os agentes o arremessaram no porta-malas da viatura, onde despejaram gás lacrimogêneo e spray de pimenta. O compartimento virou uma câmara de gás, onde o homem se debateu por cerca de 15 minutos até morrer sufocado. Ele deixou mulher e filho de 7 anos.

    Em nota, a PRF disse que os agentes usaram “instrumentos de menor potencial ofensivo” e atribuiu a morte a um “mal súbito”. A farsa foi desmontada porque testemunhas filmaram o assassinato com câmeras de celular.

    O Código de Trânsito Brasileiro pune os motociclistas que trafegam sem capacete com multa de R$ 293,47 e suspensão do direito de dirigir. No acostamento da BR-101, essas sanções foram trocadas pela pena de morte instantânea.

    Na véspera do crime, a PRF participou da operação que deixou 23 mortos na Vila Cruzeiro. O presidente elogiou a chacina e chamou seus autores de “guerreiros”. No país que elege Bolsonaro e massacra Genivaldo, não há espaço para a doutora Nise no Panteão da Pátria.

    GLOBO 



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