Verão FA-TAL

 

Está completando 50 anos

um dos periodos mais loucos da cultura brasileira

o verão de 71 pra 72 na Bahia.

Participei intensamente desse verão (minha família morava la).

Salvador foi um impacto pra mim. Os cheiros, a comida, a efervescencia, a negritude, a agitação cultural, os lugares antigos as praias, belíssimos pores de sol no mar (eu era de Minas)

A cada dia (ou noite) tinha algo genial e desbundante e deslumbrante acontecendo, enquanto as mentes se abriam e os corpos se derramavam....

O verão pode ser epitomizado num único e forte cenário:

o show de Gal Costa , FA-TAL, Gal a todo vapor, no Teatro Vila Velha - onde todos se encontravam.

Assisti a esse show diversas vezes, nas primeiras filas.

Mas a lembrança mais forte de Gal Costa para mim naquele verão foi uma noite mágica no apartamento de Caetano e Bethânia (éramos vizinhos em Amaralina - eu jogava frescobol na praia com Caetano Veloso, em meio a longos papos sobre cinema).

Dedilhando um violão, Gracinha desfiou por um longo tempo versões acusticas das canções que vociferava no palco e um repertório de umas músicas antigas da MPB que naquela época eu não conhecia.

Nem o chope que eu bebi

Nem o chope

Conseguiu me libertar dessa mulher

Eu sou o sol, ela é a lua

Quando eu chego em casa, ela já foi pra rua

(essa tinha no show)

Não consigo dormir sem seus braços

Pois meu corpo está acostumado

ps. E nem comecei a falar sobre Arembepe...

pss, e meu irmão comenta aqui lembrando de minha mãe jogando peteca com o gil