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    quinta-feira, outubro 28, 2021

    Paulo Guedes, André Esteves e o doutor Freud

     O presidente Jair Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes, durante o lançamento do Plano Nacional de Crescimento Verde, em Brasília.


    Paulo Guedes se gaba de ter lido Keynes três vezes — “no original”, faz questão de dizer. Não se sabe se dedicou a mesma atenção à obra de Freud, já traduzida para o português.

    Depois de furar o teto de gastos, o ministro precisou encontrar um novo secretário do Tesouro. Na hora do anúncio, confundiu o escolhido Esteves Colnago com o banqueiro André Esteves.

    A plateia deu risada, e o ministro disse ter cometido um ato falho. Na teoria psicanalítica, o termo representa mais que um deslize. É uma manifestação involuntária do inconsciente. Pode revelar algo que se gostaria de esconder.

    No domingo, o portal Brasil 247 divulgou um áudio em que Esteves, o banqueiro, exibe influência na corte bolsonarista. O dono do BTG Pactual começa narrando um telefonema do presidente da Câmara.

    Ele se refere a figurões da República com intimidade, pelo primeiro nome. O deputado Arthur Lira é só “Arthur”. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, é o “Roberto”. Guedes é o “Paulo” — aos olhos do banqueiro, um injustiçado que “apanha todo dia”.

    Preso na Lava-Jato, Esteves ressurge no papel de oráculo da República. “Roberto” liga para consultá-lo sobre a taxa de juros. “Arthur” pede opinião sobre as baixas na equipe econômica. Sem modéstia, o banqueiro diz que sua tarefa é “ensinar” e “educar” os políticos.

    Segundo Esteves, ministros do Supremo também pediram conselhos antes de julgar a autonomia do BC. “O cara não é obrigado a nascer sabendo, né?”, justifica, em tom condescendente. Ele considera ter influenciado a decisão do tribunal, que coincidiu com os interesses do mercado financeiro. “Precisa chegar algum de nós lá e explicar, botar o guizo no gato”, jacta-se.

    À vontade, Esteves arrisca piadas e disserta sobre a história do país. Na contramão dos fatos, descreve o golpe de 1964 como um acontecimento pacífico. “Não teve nenhum tiro, ninguém foi preso, as crianças foram à escola, o mercado funcionou”, sentencia.

    Ele reclama de Jair Bolsonaro pelo “excesso de besteiras”, mas mostra não se importar com as ameaças à democracia. Para o banqueiro, a “melhor analogia” com 1964 é o impeachment de Dilma Rousseff. A comparação sugere que o golpe não precisa mais ser dado porque já ocorreu.

    Ao comentar o cenário eleitoral, o bilionário parece misturar análise com torcida. Aponta Bolsonaro como favorito, desde que aceite “ficar calado” para trazer “tranquilidade institucional ao establishment”.

    Se o capitão empacar, ele indica preferência pelo PSDB. “Eduardo Leite é um produto eleitoral com mais novidade”, elogia. Líder nas pesquisas, Lula pode ser engolido em certas condições. Precisa se aliar à centro-direita e confinar os companheiros nos cercadinho da cultura e do meio ambiente.

    O banqueiro fala a língua dos donos do poder. Representa o pensamento de quem manda no país, ajudou o capitão a subir a rampa e agora avalia opções na prateleira da terceira via.

    Esteves controla um banco que teve Guedes como fundador. Fora da mesa de operações, o ministro anda ressentido com críticas de setores que o tratavam como unanimidade. No sábado, desqualificou Affonso Celso Pastore, ex-presidente do BC, por ter “servido ao governo militar”. “Ele tinha que ficar quieto e ter uma velhice digna”, atacou.

    Guedes tem 72 anos, serve ao governo Bolsonaro e gosta mais de falar que de ouvir. Seria um bom objeto de estudo para o doutor Freud. GLOBO

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