Por uma democracia concreta
"A maioria dos brasileiros está preocupada, porém, com o empobrecimento, com o desemprego, com a precarização, com a doença, com dramas tão presentes, tão concretos, tão objetivos. Como engajar na defesa democrática quem perde o sono à noite, preocupado com a dificuldade de pagar boletos ou levar comida à mesa? Os boletos estão perto, a democracia está longe. A fome está perto, o fascismo está longe. As crianças que devem ser atendidas estão aqui, do lado, a urna eletrônica não. É isso, a democracia precisa ter sentido para todos nós, precisa estar intimamente ligada ao cotidiano, à vida, à biografia das pessoas. A democracia precisa estar ligada ao boleto, ao prato de comida, às crianças, cujas necessidades se antepõem à defesa da urna eletrônica, precisa estar ligada à bala que atravessa o corpo periférico."
leia coluna de Esther Solano