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    terça-feira, julho 20, 2021

    República de Rio das Pedras: Bolsonaro e a cultura das milícias

     

                     Bernardo Mello Franco                              

    Jair Bolsonaro levou a cultura das milícias para o Planalto. Antes de chegar lá, o capitão já defendia a solução de conflitos no grito e nas armas. Eleito, transformou o autoritarismo e a truculência em modo de governar.

    Não é preciso ir a Caracas para entender o projeto bolsonarista. Basta passar em Rio das Pedras, a três quilômetros em linha reta do condomínio Vivendas da Barra. A favela foi o berço das máfias que se infiltraram na polícia e na política fluminenses. Quando o esquema da rachadinha veio à tona, foi lá que se escondeu Fabrício Queiroz, o faz-tudo da família presidencial.

    No livro “A república das milícias”, Bruno Paes Manso sustenta que o milicianismo está na raiz da extrema direita no poder. Ele desenvolve a tese no ensaio “República Federativa de Rio das Pedras”, que será publicado na próxima edição da revista “Serrote”.

    O texto traça semelhanças entre o modelo econômico das milícias e as práticas do governo atual. Nas favelas, os paramilitares começaram extorquindo moradores com a conivência das autoridades. Depois passaram a contrabandear mercadorias, negociar drogas e invadir áreas verdes para construir à margem da lei.

    Em escala nacional, o bolsonarismo também incentiva um capitalismo predatório e sem controle. Estimula a destruição de florestas e a invasão de terras indígenas, favorece o garimpo ilegal, protege grileiros e madeireiros. “Tudo em benefício do lucro de quadrilhas simpáticas aos valores milicianistas, sempre passando por cima do interesse das minorias ou de valores coletivos democráticos”, escreve o pesquisador.

    Na cabeça do miliciano, as instituições só atrapalham. A fiscalização ambiental atravanca o progresso. A imprensa e a sociedade civil querem se meter no governo. O Legislativo e o Judiciário impedem o presidente de trabalhar. Quem contesta os desmandos do capitão é comunista ou inimigo do país.

    “Bolsonaro não interpreta o revoltado: ele acredita em sua raiva e a remói em tempo integral”, escreve Paes Manso. Ele lembra que o presidente passou 28 anos no Congresso, mas nunca se se dedicou ao debate de políticas públicas. “No máximo, voltava a obsessões que parecem sinceras: armar a população, deixar a polícia mais livre para matar, explorar o nióbio, relaxar o controle sobre o garimpo”, afirma.

    O descaso com a pandemia espelha essa visão de mundo. Bolsonaro incitou os brasileiros a enfrentarem o vírus “de peito aberto”. Chamou a preocupação com a doença de “mimimi” e coisa de “maricas”. A novidade da CPI da Covid foi mostrar que o boicote às vacinas não foi ditado apenas pelo negacionismo. Havia civis e militares interessados em faturar com o morticínio.

    O derretimento nas pesquisas gerou um impasse para o governo miliciano. Se as eleições fossem hoje, o “Mito” seria derrotado no primeiro turno. Isso explica a escalada golpista que dominou o noticiário nos últimos dias.

    A cúpula das Forças Armadas atacou a CPI. O capitão xingou um ministro do Supremo e ameaçou impedir a realização das eleições de 2022. Bolsonarista de carteirinha, o novo comandante da Aeronáutica mostrou que também segue o estilo Rio das Pedras. Em tom de ultimato, avisou que “homem armado não ameaça”.

    GLOBO

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