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  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

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    Fragmentos de textos e imagens catadas nesta tela, capturadas desta web, varridas de jornais, revistas, livros, sons, filtradas pelos olhos e ouvidos e escorrendo pelos dedos para serem derramadas sobre as teclas... e viverem eterna e instanta neamente num logradouro digital. Desagua douro de pensa mentos.


    quinta-feira, março 25, 2021

    Não percam a esperança

     

    ESTHER SOLANO

    Não quero pensar que esse
    Brasil do passado morreu. Prefiro pen-
    sar que ele está em letargia, entorpeci-
    do, desanimado, tentando resistir a tan-
    tas agressões sofridas. Ele está abatido,
    mas vivo. Está cansado, esgotado de lu-
    tar, mas vivo. Sofre, mas está vivo.
    É um Brasil que tenta sobreviver e so-
    breviver é uma vitória quando o fascismo
    se empenha em nos destruir a cada dia. É
    um Brasil ferido mortalmente, que san-
    gra, que levará para sempre a marca do
    machucado na sua alma, mas é um Brasil
    vivo. É um Brasil profundamente adoe-
    cido, mas não morto. Conceição Evaristo
    falou de forma brilhante o que eu sinto
    hoje: “Eles combinaram de nos matar. E
    nós combinamos de não morrer”. O fas-
    cismo combinou de matar o Brasil, mas
    o Brasil combinou de não morrer.
    Talvez vocês me digam que falo bo-
    bagens, me iludo, que estou enganada e
    escrevo a partir de um otimismo idiota,
    que esse Brasil do passado morreu e não
    volta mais. Pode ser, mas é que eu enxer-
    go todo dia esse Brasil que sobrevive. Por
    trás do número de mortos, dos imbecis
    sem máscara festejando, dos jumentos e
    dos assassinos no poder, por trás da tra-
    gédia e das lágrimas, eu vejo esse Brasil
    do passado. Enxergo jovens cumprindo
    as regras, enxergo instituições, ONGs,
    anônimos se organizando para ajudar
    quem fica mais vulnerável neste con-
    texto de horror sanitário e econômico.
    Enxergo gente que trabalha com afin-
    co nas piores condições, gente que luta,
    que, mesmo no desânimo, continua e con-
    tinua. Enxergo tanta gente que enfrenta
    este governo, enxergo gente que, mesmo
    no desespero, continua a acreditar no fu-
    turo. Por trás do horror que aparece todos
    os dias nos jornais, enxergo esse Brasil.
    Quero pedir para vocês que também o
    enxerguem. Por favor, façam um esforço,
    ele está lá. Por vezes escondido, tímido e
    silencioso, mas está lá. O Brasil que vibra,
    que luta, que é digno, nobre, justo, está
    lá. O Brasil que emociona, o Brasil que
    faz chorar, mas como um choro de ale-
    gria, de futuro. O Brasil de quem a gente
    se orgulha está lá, por trás do Brasil que
    dói. Mas o Brasil do passado, da beleza, da
    esperança, da luz, precisa de nós, preci-
    sa ser enxergado, precisa ser visto, escu-
    tado, levado aos holofotes e às manche-
    tes. Precisa ser resgatado.
    O Brasil não morreu, não desistam
    dele.
    A gente merece um Brasil onde mor-
    rer não seja mimimi.
    Eu imploro, não percam a esperança
    nesse Brasil. •

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