Bolsonaro corre para tentar agradar policiais após quase derrota para PT em dia de Lula
do painel da folha:
O pronunciamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quarta-feira (10) levou Jair Bolsonaro a uma guinada movida por razões eleitorais por causa de 2022.
O discurso do petista foi determinante para obrigar o atual presidente da República a entrar de fato na articulação envolvendo a PEC Emergencial.
Sob pressão e ameaças de policiais, sua principal base eleitoral, teve que negociar um acordo de última hora. Bolsonaro tinha sido convencido por Arthur Lira (PP-AL) que deveria manter o texto, mas Lula mudou tudo.
Policiais passaram o fim de semana tentando convencer Bolsonaro a retirar a categoria das proibições impostas na proposta, que impedem reajuste salarial, promoção e progressão de carreira. O presidente sinalizou que o texto seria alterado.
Lira, porém, o convenceu de que mudar seria um sinal ruim para o mercado porque faria a PEC voltar ao Senado e retardaria o auxílio emergencial e os ajustes fiscais. Aparentemente, Bolsonaro tinha se convencido da derrota política e buscava formas futuras de contorná-la.
Lula fez o pronunciamento e acenou para policiais. Ao mesmo tempo, Bolsonaro era avisado de que a pressão tinha aumentado e que seria um destaque do PT (de Lula) que garantiria a vitória das forças de segurança. Ou seja, uma derrota para agora e para 2022.