Bolsonaro agradece
"A costura do ex-prefeito parece ter
conseguido impedir queixas públi-
cas de petistas preteridos ou que não
gostam dele, mas algumas foram ouvi-
das nos bastidores. Há quem ache que
Lula e Haddad tiveram seu tempo, é ho-
ra de buscar rostos novos. Encaixam-
-se nesse grupo figuras como o gaúcho
Tarso Genro, há anos em busca de espa-
ço para si próprio, e o governador do Ce-
ará, Camilo Santana, a imaginar uma
aliança com Ciro. Para um colaborador
antigo de Lula e que em 2018 era contra
lançar Haddad, o partido não tem opção
melhor. O governador da Bahia, Rui Cos-
ta, não se esforçou por cativar os compa-
nheiros. Seu antecessor, Jaques Wagner,
não tinha apetite em 2018 nem agora, e
acaba de ser lançado para suceder Cos-
ta. Santana é cirista. O governador We-
lington Dias é de um estado muito pe-
queno, o Piauí. No Senado, o PT não bri-
lha. E por aí vai.
Haddad não é o único plano B de Lula.
Há outro, fora do partido. É o que conta o
colaborador do ex-presidente: “O Lula vai
trabalhar por uma frente ampla em tor-
no do Flávio Dino”. O governador do Ma-
ranhão é do PCdoB e, nos sonhos de Lu-
la, migraria para o PSB, sigla mais robus-
ta e sem “comunista” no nome, palavra sa-
tanizada por Bolsonaro. Dino é visto pelo
ex-presidente como alguém capaz de con-
quistar votos na classe média não petista
e não bolsonarista e o apoio do que ain-
da houver de empresário nacionalista. De
quebra, seria, quem sabe, poupado dos ata-
ques de Ciro Gomes, pois ambos se dão
bem e Dino até achava que o pedetista
era o melhor nome progressista em 2018."
LEIA REPORTAGEM DE ANDRÉ BARROCAL E ANA FLÁVIA GUSSEN