: "Isso não é uma vulva. Por que a representação imaginada por Juliana Notari incomoda tanto?"

"Isso não é uma vulva. Isso não é uma vagina. Isso não é uma ferida. Isso não é nenhuma parte do corpo humano. Para entender “Diva”, híbrido entre escultura e trabalho de “land art” da artista pernambucana Juliana Notari, é preciso lembrar a provocação do surrealista René Magritte, que, em 1929, pintou “A traição das imagens”.
A tela, com a imagem de um cachimbo, vinha com a legenda-lembrete: “Ceci c’est ne pas une pipe” (“Isto não é um cachimbo”). “Diva” também não é corpo. Como obra de ficção, o trabalho de Juliana pode representar uma vulva, jamais vir a ser uma. E a maior maravilha da arte é exatamente esta — a de nos proporcionar experiências que jamais seriam possíveis na “vida real”, como a de vislumbrar uma vagina de mais de 30 metros de extensão fundindo-se à terra fértil da Zona da Mata pernambucana num duplo feminino."
mais no artigo de Daniela Name