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    quarta-feira, dezembro 09, 2020

    PASQUIM HÁ 50 ANOS

     






    A entrevista com FLÁVIO CAVALCANTI foi uma das mais interessantes de toda a história do Pasquim, não só pelo seu conteúdo - e pela importância do entrevistado - como pelo clima em que ocorreu a entrevista.
    Flávio, além de um grande nome do rádio e principalmente da televisão, era um dos baluartes do conservadorismo cultural e social durante a ditadura militar. Pessoalmente, teve uns instantes (maestro) de convivência com o Pessoal do Pasquim: abrigou Leila Diniz em seu sítio, quando o mundo desabou sobre ela após a revolucionária entrevista de costumes que concedeu àquele jornal. Jaguar também ficou malocado no sítio do Flávio ao ser procurado para puxar uma cadeia. Ideologicamente, porém, estavam em campos opostos, e a motivação principal da entrevista com Flávio era lhe darem uma prensa, cair de pau em cima de suas posições.
    Se a bronca com o espatifador=de=discos Flávio Cavalcanti unia o grupo de entrevistadores (Tarso, Maciel, Martha Alencar, Paulo Francis, Sérgio Cabral, Millôr, Flávio Rangel, Caulos , Ziraldo), outros elementos criavam cizânias entre a Turma do Pasquim. O principal motivo, como na maioria das tretas em família, era por dinheiro, catapultado pelo enorme e inesperado sucesso do jornal. Mas, na verdade, essa turma tinha muitas diferenças, de origens, de gostos, de personalidade. Havia do sambista tradicional Cabral ao lisérgico udigrudi Maciel, do ferozmente politizado Francis ao porra-louca do Jaguar. O Pasquim - como os supergrupos de rock - era uma seleção de jornalistas e humoristas consagrados vindo de publicações diversas. (E uma das coisas que tinham em comum até os desagregava: grandes egos.)
    Naquele período - final de 70 - o clima andava particularmente ruim. Formavam-se os antagônicos Grupo do Millôr e Grupo do Tarso que levariam ao racha no jornal cerca de um ano depois. Tanto que Millõr retirou-se assim que Tarso, atrasado, chegou ao local da entrevista.
    Enfim: o Pasquim entrou em campo para dar uma goleada em Flávio Cavalcanti e o entrevistado jantou o grupo. Diferente da imagem iconoclasta da TV, mostrou-se simpático, acolhedor e respondeu pacientemente às provocações da patota. E mais: muito esperto, foi percebendo as desavenças, as alfinetadas, os chega-para-lá entre a equipe de entrevistadores - e, muito hábil, foi explorando essas brechas, insuflando uns contra os outros, pondo lenha nas fogueiras (de vaidades?).
    A temperatura do salão foi subindo e passou do ponto de fervura. Embalado pelo uísque, a gritaria desandou, Ziraldo e Tarso foram às vias de fato - a chamada "agressão física". Esparrela na sala de Flávio Cavalcanti, objetos derrubados da mesa, móveis empurrados para lá e para cá, os deixa-disso apartando e também sendo empurrados... Caulos, normalmente tão pacato, pegou uma cadeira para quebrar em cima do Tarso - no que foi contido por Martha Alencar, arrancando o objeto em plena curva descendente...
    Ânimos foram sendo serenados, o dever jornalístico se estabeleceu e Cabral conseguiu navegar a entrevista para um final, com as tradicionais notas dadas pelo entrevistador.
    A noitada terminou com todos - entrevistado e entrevistadores irmanados, com os pasquineiros novamente sendo melhores amigos - indo entornar as derradeiras no Flag. Bandeira branca, amores.
    ps: é uma pena, historicamente, que em nome da paz na redação essa parte picante e pauleira não transpareceu na entrevista, editada de forma a fluir linearmente - em si um papo brilhante - sem os percalços vexaminosos das rixas.




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