PASQUIM HÁ 50 ANOS
O PASQUIM caiu de pau na quinta edição do Festival Internacional da Canção, promovida por Augusto Marzagão e Rede Globo, no Maracanãzinho. A bronca principal era com o sucesso de músicas "americanizadas", com algumas letras até em ingles. E às vaias à música sertaneja de Tonico & Tinoco e à MPB de Tom & Chico.
Era uma época de mudanças, em que nomes constantes dos grandes festivais da Excelsior e da Record, como Tom, Chico, Edu, Elis, Vandré, Caetano, Gil, Gal e Marília Medaglia davam lugar na arena a Toni Tornado, Simonal, Don Salvador, Jorge Ben & Erlon Chaves (com o "Mocotó"), Ivan Lins e a rapaziada do MAU.
Nesta página, uma carga dupla, de HENFIL e SÉRGIO CABRAL.
Vale a pena ampliar o texto do Cabral para ler.
Com ironia, ataca a má qualidade das letras e o esforço exagerado para soar como a música internacional.
P. ex.: "Na hora de cantar, o estilo deve ser soul. Como ninguem no Brasil sabe cantar nesse estilo, a solução é fazer caretas como se da garganta saísse um som daqueles que emitem os cantores norte-americanos. Uma espécie de concurso de mímica como se faz no programa do Chacrinha, morou, bicho? A roupa ajuda um pouco e os gestos também. Vocês não viram o Trio Ternura? Se a gente fechasse os olhos, tinha certeza de que era um conjunto norte-americano, as supremas."