Morador de rua que morreu em padaria, em Ipanema, queria ajuda para chamar o Samu
"A morte é o novo banal. A prova é que ela agora estava jogada, também sem escândalo, entre os bolos e os sorvetes na padaria do quarteirão. O homem morto no chão da padaria era o mesmo que todo dia entrava para pedir que lhe pagassem café com pão e manteiga".
Além de cobrir o cadáver com um plástico preto, o jornalista contou que a padaria montou um cercadinho de cadeiras para mantê-lo afastado dos clientes. Um deles teria pedido que o local fosse fechado, argumentando ser uma questão "sanitária e humanitária". O responsável pela loja não atendeu a sua demanda. “Ninguém teve humanidade quando ele estava jogado na rua. Agora que morreu jogado na minha padaria querem que eu tenha humanidade", disse.
— A foto mostra as pessoas se alimentando enquanto o corpo estava ali. A sensação é de perplexidade por ver como as pessoas se comprotam de forma tão indiferente à morte e à finitude da vida. Estamos vivendo tempos onde as diferenças não são respeitadas pelo outro — diz o dentista Rafael Hinds, de 48 anos, que passava no local e fez o registro da cena que viralizou rapidamente nas redes sociais."
leia reportagem de Diego Amorim
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