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    sexta-feira, novembro 06, 2020

    Lan e o Corvo que perseguiu Carlos Lacerda

    BERNARDO MELLO FRANCO

    Conhecido pelo traço sinuoso que retratava o samba e as mulatas, Lan também era um craque do humor político. Em maio de 1954, três meses antes do suicídio de Getúlio Vargas, ele desenhou Carlos Lacerda na pele de um corvo. A caricatura virou apelido e perseguiu o udenista até o fim da vida.

    A ideia nasceu no Cemitério São João Batista, no enterro do repórter Nestor Moreira. O jornalista havia sido assassinado por policiais de uma delegacia em Copacabana. À beira do túmulo, o fundador da “Tribuna da Imprensa” culpou o governo Vargas pelo crime.

    “Lacerda estava vestido de preto dos pés à cabeça, aspecto solene, rosto compungido, ar sofredor. Quando vi a cena, senti-me enojado”, contaria o jornalista Samuel Wainer, dono da “Última Hora”, no livro “Minha razão de viver”.

    De volta à redação, Wainer pediu a Lan que desenhasse seu inimigo como uma ave de mau agouro. A encomenda foi entregue em poucos minutos.

    Na prancheta do caricaturista, Lacerda havia se transformado num corvo que vertia lágrimas sobre o caixão.

    “De todos os desenhos que fiz de imprensa, o pior, tecnicamente, é aquele corvo. Fiz com pressa porque estava atrasado para um encontro com uma mulata”, contaria Lan ao jornal “A Nova Democracia”.

    No dia seguinte, o caricaturista foi festejado pelo deputado Danton Coelho, do PTB. Empolgado, o getulista abraçou Lan e disse que ele havia feito um trabalho de “profundidade psicológica incrível”. Tinha razão.

    Lacerda nunca se livraria do apelido de Corvo. Os desafetos mais mordazes o chamariam apenas de “ A Ave”.




     

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