Quino era todos os Mafaldas do mundo

"Filho de republicanos espanhóis, avó comunista e avô anticlerical, Joaquín Salvador Lavado, conhecido por todos como Quino, cresceu em uma família de imigrantes profundamente politizada na Argentina, o que marcou seu pensamento e trabalho. Entre os dez e os 18 anos lamentou as sucessivas mortes do avô, da mãe e do pai, obrigando-o a usar no braço uma faixa preta que lhe causou uma “sensação terrível”, como ele próprio descreveu, para se sentir um nazista. Quando criança, rejeitou qualquer tipo de opressão social e essa aversão o acompanhou pelo resto da vida. Por meio do desenho, Quino, que faleceu nesta quarta-feira aos 88 anos, vítima de complicações decorrentes de um derrame, expressou suas angústias, frustrações, medos e visões de mundo.
A fofinha Mafalda foi a sua principal criação e o seu trampolim para uma carreira de projeção internacional. Mas foi também uma prisão da qual o artista tentou sair em 1973, após nove anos de dedicação quase exclusiva, mas falhou. Mafalda, para incompreensão do seu pai artístico, continuou a brilhar e tem uma legião de fãs por todo o mundo."
leia obit de Janaina Figueiredo
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