Esquadrões mataram em 3 anos o dobro da ditadura em 21
"Depoimento do general Adyr Fiúza de Castro, um dos criadores do Centro de Informação do Exército (CIE) que em 1972 chefiava o Centro de Operações de Defesa Interna (Codi), para a Fundação Getúlio Vargas em 1993 relata a confiança dos militares no delegado. “O Fleury era muito eficiente, era o chefe do Dops mais eficiente que havia no Brasil. Eficientíssimo. Estava instalado num grande prédio, e contava com mais de 40 delegados.”
Esse reconhecimento também é identificado no relatório da inteligência dos EUA. “Fleury goza de amplo respeito e admiração entre as forças militares e de segurança por rastrear, com considerável risco pessoal, líderes bem-armados de grupos subversivos. Apesar de suas atividades de esquadrão da morte e do vício em drogas, sua utilidade lhe rendeu apoio e patrocínio de pessoas em altos cargos, incluindo o ministro do Exército, Orlando Geisel”, afirmou o embaixador John Hugh Crimmins, em telegrama enviado ao Departamento de Estado, em 24 de outubro de 1973. Orlando, irmão do futuro presidente Ernesto Geisel, era então ministro de Médici.
Na mensagem, Crimmins chama Fleury de “notório organizador de esquadrões da morte em São Paulo”.
O respeito obtido por Fleury garantia a ele totais regalias em São Paulo
para agir. Entrava e saia de presídios, retirava os presos por crimes
comuns e os assassinava na rua. Os procedimentos que levavam à execução
de prisioneiros eram realizados às claras, livremente."