O autódromo e a floresta do Camboatá, uma fábula carioca

"Não sei se chamo de escândalo. Roubalheira. Ou burrice. Na dúvida, tudo junto. Precisamos impedir que se passe a boiada no Rio. Pensamos na Amazônia e esquecemos que há florestas em perigo na nossa esquina. Cerca de 180 mil árvores na Floresta do Camboatá podem ser dizimadas, com bênção oficial, para construir um autódromo de quase R$ 1 bilhão. Tudo para levar a Fórmula 1 de Interlagos, em São Paulo, para a Zona Norte do Rio. Rixa provinciana, inoportuna, sem sentido. Pior, um crime ambiental. Uma audiência pública virtual prevista para 7 de agosto, agora, é passo decisivo para se ir adiante com o novo autódromo.
Como trocar oxigênio e beleza eternos por especulação imobiliária e uma
pista de 5.835 metros de extensão com uso esporádico nos GPs? Um projeto
que nem sabemos se ficará pelo meio ou se será abandonado após a
construção, como tantos elefantes brancos de obras megalômanas. Querem
destravar logo. E construir o circuito em um ano, para ter a F1 já no
Rio em 2021. Que chá de cogumelo esse pessoal toma? "