O medo de quem está na linha de frente contra o coronavírus

"Nos primeiros dias do isolamento recomendado pelo governo estadual, Cavalcante e a mulher deixaram o plantão numa manhã e foram para a padaria tomar café, como de costume. Ao se sentar, já começaram a ouvir os burburinhos. Um dos presentes disse que era um absurdo eles estarem ali de uniforme para “contaminar todo mundo”. Outro emendou que tinham de expulsá-los. Um terceiro, mais radical, falou que, se não saíssem por bem, ele “resolveria na porrada”. “Até a atendente estava com medo da gente. Decidimos levantar e ir embora”, recordou.
Cavalcante diz que essa não foi a única situação de ameaça. Certa vez, ele e a mulher estavam uniformizados dentro do carro, com os vidros abertos, quando alguém arremessou um objeto em sua direção e xingou. Seus colegas de trabalho já tiveram de ser escoltados até a estação de metrô. “Agora a situação melhorou porque o hospital nos desobrigou a chegar de uniforme e até ampliou o vestiário para a gente se trocar. Na rua, nunca mais vesti branco.”"
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