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    sábado, maio 16, 2020

    A mãe do Pasquim


    A POESIA DO BRASIL: OLGA SAVARY (1933- )



    por Ediel Ribeiro

    Pai, ele teve vários: Tarso de Castro (editor), Jaguar (editor de humor), Sérgio Cabral (editor de textos), Carlos Prosperi (editor gráfico), Claudio Ceccon e Murilo Pereira Reis.
    O velho jargão, “mãe só tem uma”, ainda que em desuso, serve muito bem para ilustrar a história do semanário “O Pasquim” - depois apenas “Pasquim”, sem o artigo.
    Reza a “lenda”, ou a “história” ( “se a lenda é mais interessante que a história, imprima-se a lenda”, ensinou o “historiador” do Oeste americano John Ford, em “O Homem Que Matou o Facínora”) , que a fundação do “Pasquim” aconteceu mais ou menos assim:
    Com a morte do humorista Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, Tarso de Castro foi convidado por Murilo Reis para editar o jornal “A Carapuça”.
    Tarso de Castro não aceitou, preferindo criar um novo tablóide. “Vamos fazer um jornal marginal” - disse ele.
    Tarso convidou Jaguar e Sérgio Cabral para a empreitada. Os primeiros a se juntar ao grupo foram Carlos Prosperi e Claudio Ceccon, o Claudius.
    Millôr Fernandes foi convidado para participar do “Pasquim”, por Tarso, mas recusou — chegou a escrever um artigo prevendo o final da publicação em poucos números.
    Tarso não deixou barato: “Coisas que se explicam pelo fato de que Millôr considera insuportável qualquer coisa que dê certo e que não o tenha como autor”. Ziraldo também preferiu ficar apenas como colaborador.
    Assim, as negociações resultaram numa sociedade por cotas para dirigir o jornal: 50 por cento para Murilo Reis e 50 por cento divididos em cotas iguais para Jaguar, Tarso de Castro, Sérgio Cabral, Carlos Prosperi e Claudius.
    Até aí, tudo bem. O que a “lenda” ou a “história” dos “meninos” esqueceu de contar é que havia outro fundador (a): Olga Savary.
    Olga era casada com Jaguar, na época. Participou ativamente das reuniões de criação do tablóide - que acontecia em sua casa ou nos botecos de Ipanema e Leblon.
    Participava e editava as famosas entrevistas. Criou a seção “Dicas”, a mais lida do jornal. Foi a primeira mulher a dar preços e sugestões de restaurantes, tendência depois seguida por quase todos os jornais.
    Na década de 70, criou a editora Codecri, ligada ao semanário.
    No entanto, o livro “O Som do Pasquim”, uma coletânea de entrevistas publicadas no tablóide, é a única publicação que cita o nome de Olga Savary, ligando-a ao semanário. Na página 86, ela faz “uma” pergunta a Waldick Soriano, numa entrevista que fizeram com o cantor, na Freguesia, Ilha do Governador.
    Olga Savary é uma das mulheres mais inteligentes do Brasil. Poetisa, escritora, ensaísta, tradutora e jornalista. Ganhou trinta e seis prêmios nacionais de literatura (entre eles dois Jabutis). Foi a primeira mulher a publicar um livro de poesias eróticas e escrever e traduzir haicais (a sintética poesia japonesa).
    Festeira, foi a primeira mulher a frequentar bares, antes só frequentados por homens, e foi, também, criadora do “Bloco de Ipanema”, que resultou depois na “Banda de Ipanema”
    Assim, por mais que omitam seu nome nos registros, ficará na "história" e na "lenda" como uma das criadoras do ‘Pasquim’”.
    É verdade que mais na lenda do que na história — porque ela, afinal, é só a mãe.
    Estamos ficando sem gênios.

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