Sérgio Augusto reúne críticas de cinema em livro e fala da vulgarização do ofício

"Desde a fase heroica da cinefilia, nos anos 1950 e 1960, ele se adapta às mudanças tecnológicas. “No início dos anos 1970 seria abusar muito do futurismo imaginar que um dia pudéssemos ver e ter em casa filmes de nossa preferência, mas aí veio o VHS, o DVD, e, agora, o streaming. Parafraseando o efeito do observador formulado por Heisenberg, o modo de consumir muda a percepção do consumidor. A cinefilia se expandiu, a ponto de justificar a instituição de cursos dedicados ao estudo teórico e prático de cinema em universidades”, afirma.
“Hoje existem milhões de críticos na internet, a atividade vulgarizou-se consoante ao truísmo de que qualquer um pode ser crítico de cinema. A tão lastimada infantilização do cinema americano é parte dessa mudança. Isso também explica a perda da aura do crítico de cinema.”
Sérgio Augusto firmou o seu espírito de ensaísta numa costura de história cultural e memó
rias de leitor e espectador. O Pasquim lhe deu, em boa medida, a ginga de vestir com humor os seus juízos críticos. Esse estilo tem a cara de seu próprio papo, que confere um sentido mais elevado ao esporte de jogar conversa fora, pois, em seu caso, melhor seria dizer jogar conversa dentro, pela erudição sem solenidade."
artigo de CLAUDIO LEAL

Sérgio Augusto e Sharon Tate numa viagem de navio entre Acapulco e Los Angeles, em 1967 -