Curadoria esconde piadas preconceituosas na mostra do ‘Pasquim’
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"Uma sala acanhada, com luz teatral, os focos dramaticamente apontados para instalações de pouco mais de 1 metro de altura, esconde os pequenos pecados da belíssima exposição O Pasquim — 50 Anos, em cartaz no Sesc Ipiranga, em São Paulo, até abril de 2020. Veem-se as tirinhas e charges dissimuladas por trás de peças que lembram aqueles monóculos de plástico coloridos dos anos 1960 e 1970, de formato cônico — com a foto de um lado e uma lente de aumento do outro. Em alguns casos, cortinas cobrem os desenhos. O espaço tem um nome que pressupõe o que se verá lá dentro, um tanto recôndito e evidentemente envergonhado: “Pasquim Incorreto”. Estão disfarçadas, naquele canto, as piadas mais chulas e preconceituosas do tabloide que, ao longo de 22 anos, mas sobretudo em seus primeiros tempos, durante a ditadura militar, cutucou todas as feridas ao se anunciar “livre como um táxi”, “equilibrado como um pingente” e “incômodo como um folião num velório”.
A concentração recatada dos capítulos mais “folgazões” do semanário, para usar uma expressão de um de seus criadores, o jornalista Sérgio Augusto, impõe a retomada de uma questão: o movimento politicamente correto matou o humor? Antes de responder à pergunta, convém anotar o que diz o catálogo da exibição: “O Pasquim foi um jornal moleque e sem limites. No espaço Pasquim Incorreto as obras estão dentro de visores para que sejam apreciadas por meio das lentes do passado, dentro daquele contexto e com o olhar crítico do presente”."
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REPORTAGEM DE FABIO ALTMAN
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