O Senado e suas gordas aposentadorias

"A vida de Romero Jucá deu algumas cambalhotas nos últimos meses. O sumiço do bigode, decisão dele para rejuvenescer, foi a menos tumultuada delas. Doeu-lhe mais perder o mandato no Senado, depois de 24 anos no Congresso. Nos dois anos e meio em que abraçou o projeto de governar com Temer, com o Supremo Tribunal Federal, com tudo, sua maior bandeira foi a reforma da Previdência, de cujo antigo ministério chegou a ser o titular, lá atrás. Repetia a profecia da maioria dos economistas: o país quebrará se não reformar seu sistema de pensões. Quebraria mesmo, embora a proposta que Jucá defendia fosse menos ambiciosa que a de Paulo Guedes. Mexia bem menos, por exemplo, nas regras para os políticos: deputados e senadores continuariam pendurando o paletó com condições melhores do que as de quem os elegeu. Hoje, com 64 anos, Jucá tem um refresco mensal na turbulenta vida de ex-parlamentar, R$ 23.151 de aposentadoria do Senado. Não está só. Na fila de cabeças brancas (e acajus, vá lá) que também têm pensões estão José Sarney, Delcídio do Amaral, Agripino Maia, Clésio Andrade, Edison Lobão e outros 62 senadores. Há salários de R$ 32.894. Mas, pela reforma que em agosto deverá chegar ao Senado, os contracheques passarão a ser mais magros, e as regras de aposentadoria de políticos ficarão próximas das de eleitores. E esse é um dos pontos que alguns deles vêm se articulando para matar no Senado. "
leia o artigo de Guilherme Amado - Época
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