“Não gosto do helicóptero porque ele atira para baixo e as pessoas morrem”

"A favela chora. Nesta mesma quarta-feira, soube-se que, nos últimos cinco dias, seis jovens entre 17 e 21 anos foram mortos por balas perdidas durante várias operações policiais em comunidades do Estado do Rio. Rodou pelo país a imagem de um avô, Cristóvão Xavier de Brito, com a camisa ensopada do sangue do neto Dyogo, de 16 anos, que morreu em seus braços, vítima de uma bala perdida. A menina Leticia, outra moradora da Maré que enviou uma carta à Justiça, sabe o que é perder um familiar próximo. "Boa tarde, eu queria que parasse a operação porque muitas famílias serão mortas e, agora, estou sem quarto porque vocês destruíram na operação", escreveu. "Todo mundo na minha escola chora. Meu irmão por causa dos policiais. E eles bateram no meu primo. Então, não quero mais ver minha família morrendo quando entram. Vocês avisem, tá? Obrigada por ler minha carta. Assinado, Letícia".
leia reportagem de Felipe Betim
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