Seis meses depois, Bolsonaro não entendeu o emprego

""Tenho pena? Tenho. Faço o que for possível, mas não posso fazer milagre, não posso obrigar ninguém a empregar", disse o presidente. O argumento é intelectualmente indigente, uma vez que governos têm a obrigação de criar ambientes propícios para o crescimento econômico e a geração de postos de trabalho.
Bolsonaro vê a abertura de vagas como um favor por parte do patrões e não como um processo econômico em que ganham empregadores e trabalhadores. Tanto que, no Primeiro de Maio, fez um pronunciamento à nação para afagar empresários e não dirigiu uma palavra aos desempregados. A vida tá difícil para quem toca um negócio. Para quem não tem nada, então…
Tudo isso vai ao encontro de um de seus bordões, repetidos à exaustão desde a campanha eleitoral: "o trabalhador vai ter que decidir se quer menos direitos e emprego, ou todos os direitos e desemprego". Essa relação tende a ser binária apenas em matrizes de pensamento simplistas ou insensíveis, que excluem a possibilidade de um empregado produzir mais riqueza quando está sob condições saudáveis."
mais na coluna do Leonardo Sakamoto
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