Quando será tarde demais?

"O cenário democalíptico pintava um ato de força espalhafatoso, autossuficiente, que demarcasse o fim da democracia sem sombra de dúvida. Ecoa o golpe clássico, prática abundante no século XX. Estudiosos têm alertado, porém, que há processos mais furtivos. Em vez de um tiro no coração, a democracia pode se desgastar pelas beiradas, até que se desinstitucionalize de vez sem disparar a sirene (como um sapo mergulhado na água que ferve aos poucos perde energia e morre sem reagir). David Runciman ( Como a democracia chega ao fim , Todavia, 2018) alertou que esses processos precisam fingir “que a democracia permanece intacta”. Ficamos em busca da prova definitiva da falência, e, quando nos damos conta, já não sobrou muita coisa. A fixação nas ditaduras do passado afeta o discernimento no presente."
LEIA COLUNA DE CONRADO HUBNER MENDES