Meio Ambiente: fiscais recebem salário mas não trabalham

"Hoje, por ali, a única atividade dos servidores do ICMBio, órgão federal que mantém e fiscaliza áreas de proteção, e do Ibama, que tem atribuições como autorizar licenciamentos e coibir crimes ambientais, é vigiar os postos dentro da floresta. É como se eles tivessem se tornado agentes de segurança patrimonial, cuja única função é evitar que prédios públicos sejam destruídos por madeireiros.
Desde abril que não há mais fiscalização ativa, aquela em que os fiscais vão a campo vistoriar serrarias ou buscar áreas desmatadas. Nos primeiros meses do ano, a fiscalização costuma trabalhar menos por causa do alto volume de chuvas. É justamente a partir de abril que as atividades se intensificam. O corte das ações se reflete nos números. No ano passado, foram apreendidos 25 mil metros cúbicos de madeira ilegal. Nos quatro primeiros meses de 2019, apenas 40 metros cúbicos, o equivalente a dez troncos de árvores grandes.
É difícil imaginar que isso seja reflexo da redução no desmatamento, como disse uma pessoa envolvida, que não quis se identificar por temer represálias. E o volume de apreensões pouco deve mudar nos próximos meses: as seis operações de fiscalização que estavam previstas foram reduzidas ou canceladas."
leia reportagem de Amanda Audi e Rafael Moro Martins
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