Na luta, a gente se encontra
"O que o carnaval ensina não é pouco nem recente. Décadas antes de
Leandro Vieira, o artista catapultado a protagonista do espetáculo das
escolas de samba, ter a ideia que levou à maiúscula vitória da Mangueira
este ano, os desfiles já presenteavam o grande público com episódios
soterrados pela História oficial. Em 1960, Fernando Pamplona, forjado na
Escola de Belas Artes (EBA/UFRJ), inaugurou com “Zumbi dos Palmares” no
Salgueiro a série de enredos afro que transformariam para sempre a
folia. Joãosinho Trinta, outro gênio, reverenciou personalidades negras —
de Ganga Zumba a Grande Otelo e Pelé, de Clementina de Jesus a Pinah —
em “A grande constelação das estrelas negras” (Beija-Flor, 1983). A Vila
Isabel, que neste 2019 deu vivas à princesa de quem tomou emprestado o
nome, 31 anos atrás foi campeã com “Kizomba”, enredo de valorização das
origens africanas no centenário da Lei Áurea. No mesmo 1988, a Mangueira
conseguiu o vice com desfile crítico à Abolição, que não livrou os
negros da exclusão social. "
LEIA COLUNA DE FLÁVIA DE OLIVEIRA
LEIA COLUNA DE FLÁVIA DE OLIVEIRA