Seu shortinho é político, Anitta

"Com a pedagógica pressão de seus fãs e colegas, o que Anitta deve estar finalmente aprendendo é que pessoas célebres, aquelas que ocupam constantemente nossas telas e conseguem uma grande visibilidade para si, precisam prestar contas dessa aparição massiva: acenos e beijinhos e selfies já não satisfazem os seguidores. Mais: Anitta também deve compreender que rebolar de shortinho tendo uma favela ao fundo é um ato político, pois naquele espaço convivem tanto o shortinho quanto o extermínio policial, tanto o biquíni de fita isolante quanto as milícias. Ao cantar sobre os primeiros, mas silenciar sobre os demais, ela sugere um alcance limitado de sua propagada “favelidade”, enquanto seus fãs avisam que a Maré e o Vidigal (RJ), o Alto José Bonifácio e a Charneca (PE), a Vila da Barca e o Assentamento Sideral (PA) não podem ser tratados apenas como cenários de hinos pop. É preciso se comprometer com eles. Com um agravo: alguém que deriva desses espaços deveria ter uma visão mais afiada sobre isso."
leia artigo de FABIANA MORAES
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