Não se conhece alguém de verdade até um jogo da Copa
de GIULIANA VALLONE
Não é só no campo, porém, que reside o mistério dos Mundiais. Ao seu lado, discretas, estão as verdadeiras caixinhas de surpresas.
Palavrões que nem você conhecia proferidos pela sua avó, o colega de trabalho ranzinza se ajoelha na hora dos pênaltis, a amiga que você acreditava não saber nada de futebol grita um "Vai, Hulkão" (referência de 2014 aqui, pessoal), emocionadíssima.
Não se conhece verdadeiramente alguém até que se assista a uma partida de Copa do Mundo lado a lado.
Dez anos de relacionamento se passam sem que você tenha ouvido a voz que ele faz quando o Brasil marca num jogo sofrido --a mesma voz que os vizinhos escutaram quando o sujeito se debruçou na janela para gritar em comemoração à vitória na partida.
Ateus apelam para Deus (que juram ser brasileiro), boêmios prometem não beber por semanas, os tímidos berram, os durões choram, inconsoláveis. Os que detestam Neymar dão até apelidinho carinhoso na hora da emoção, e o tio do pavê que existe dentro de nós manda aquele alô para a galera.
Pode ser na alegria, na tristeza, na saúde ou na doença, riqueza, pobreza, o que for. Mas, se não tiver futebol, somos todos meros conhecidos.
Não é só no campo, porém, que reside o mistério dos Mundiais. Ao seu lado, discretas, estão as verdadeiras caixinhas de surpresas.
Palavrões que nem você conhecia proferidos pela sua avó, o colega de trabalho ranzinza se ajoelha na hora dos pênaltis, a amiga que você acreditava não saber nada de futebol grita um "Vai, Hulkão" (referência de 2014 aqui, pessoal), emocionadíssima.
Não se conhece verdadeiramente alguém até que se assista a uma partida de Copa do Mundo lado a lado.
Dez anos de relacionamento se passam sem que você tenha ouvido a voz que ele faz quando o Brasil marca num jogo sofrido --a mesma voz que os vizinhos escutaram quando o sujeito se debruçou na janela para gritar em comemoração à vitória na partida.
Ateus apelam para Deus (que juram ser brasileiro), boêmios prometem não beber por semanas, os tímidos berram, os durões choram, inconsoláveis. Os que detestam Neymar dão até apelidinho carinhoso na hora da emoção, e o tio do pavê que existe dentro de nós manda aquele alô para a galera.
Pode ser na alegria, na tristeza, na saúde ou na doença, riqueza, pobreza, o que for. Mas, se não tiver futebol, somos todos meros conhecidos.