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  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

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    sábado, julho 21, 2018

    Cumbe no Eisner 2018


    Sobre o resultado da premiação do Eisner Awards 2018: Cumbe (Run for it) levou o prêmio como melhor edição estrangeira pela Fantagraphics! O livro foi publicado pela primeira vez no Brasil em 2014 pela editora Veneta. Esse lançamento foi um momento de inflexão total na minha trajetória. Na época, pensava seriamente se continuava a produzir e publicar do mesmo modo. Apesar das críticas positivas, meus livros anteriores não tinham chegado a um público muito amplo. Cumbe rompeu todas as expectativas. Não apenas pela premiação atual, mas por ter tido uma ótima recepção pelo público em diversos locais.

    A obra Cumbe é parte do momento singular do quadrinho nacional, representado por inúmeros autores com uma excelente produção. Já houve outros brasileiros premiados com o Eisner e, nessa toada, certamente ainda teremos mais obras reconhecidas nacional e internacionalmente. Cabe ainda lembrar: o livro obteve o apoio do Proac em 2013. O incentivo público à formação e produção do profissional é parte essencial do processo de criação de quadrinhos e do surgimento de novos autores e narrativas.

    Cumbe (do quimbundo, sol, luz e força) trata do período colonial no Brasil do século XVII. Obra desenvolvida concomitantemente com o Angola Janga – Uma história de Palmares (livro agraciado pelo Prêmio Grampo 2018). Aborda conflitos, dramas, esperanças e sonhos de escravizados trazidos dos antigos reinos de Angola e Congo. As marcas de cada um desses africanos estão presentes em nossa história e cotidiano. Ainda lutamos pelo reconhecimento simbólico, cultural, econômico e político no Brasil (dos remanescentes quilombolas, dos territórios indígenas e do simples direito a vida de cada jovem de periferia). Os quadrinhos, a literatura, as artes são componentes essenciais para uma mudança estrutural.

    Valeu cada uma das longas caminhadas até as bancas de jornal lá em São Matheus, SP, ao lado do meu irmão, onde comprávamos quadrinhos. Valeu o apoio dos familiares, a minha companheira Brisa, aos amigos e mestres, desde a ETE Carlos de Campos, passando pelo Núcleo de Consciência Negra da USP até a Universidade. Valeu muito a pequena lousa verde de giz, presente antigo da D. Alaide, onde fiz meus primeiros traços. Agradeço pelo espaço nas publicações Quadreca, Front, Graffiti, Ragu, entre outros trabalhos editoriais com ilustração – oportunidades fundamentais para o amadurecimento de qualquer artista gráfico e quadrinista. Obrigado pelo apreço dos leitores em indicar e emprestar o livro para mais leitores. Esta obra se completa com o olhar e leitura de vocês. Gratidão também a todos os profissionais envolvidos na edição, publicação e divulgação do livro pelo Brasil e pelo mundo, em especial ao Rogério de Campos (Veneta), Andrea Rosenberg (tradutora) e a Alessandra Sternfeld (agente literária).

    Axé,
    Marcelo D'Salete



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