Jovens lideranças periféricas falam sobre Marielle - VICE
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“O que aconteceu com a Marielle é muito grave. Tem a ver com a força que ela estava tendo dentro da politica partidária que é uma parada muito complicada, dentro da realidade do Brasil, aonde a gente vê escândalos gravíssimos principalmente relacionados também ao mercado das drogas. A gente vê políticos com o nome ligado a helicóptero de pó. Militares e vários poderosos envolvidos nesse negócio que não sentem o impacto violento dessa guerra, porque a violência fica para nós, e a Marielle, ela estava nesse campo de lutar pelas minorias. De denunciar, em instância pública, as violações que aconteciam dentro das favelas. Desse assassinato eu faço uma leitura tênue de duas medidas. A primeira, uma tentativa de silenciar o poder e a ocupação de uma mulher negra da favela em espaços de poder historicamente brancos, machistas e elitistas. Ao mesmo tempo é um recado muito claro que mesmo nessa estrutura de poder, as pessoas que morrem, que são executadas, continuam sendo nós, moradores e moradoras de favela, indígenas, nordestinos, negros e negras. O que aconteceu com Marielle só reforça essa ideia do quanto cada vez mais as favelas e periferias do país, ricas como são em cultura, criatividade e coletividade, precisam se fortalecer e encontrar formas de estarem juntas, de se unirem para poderem construir uma resistência contra o que tenta nos inferiorizar e nos violar."
leia a reportagem de Matias Maximiliano
Jovens lideranças periféricas falam sobre Marielle - VICE: Conversamos com comunicadores e ativistas negros, mulheres e pessoas trans das favelas do Rio de Janeiro que conheceram Marielle Franco e dão continuidade à sua luta por direitos humanos.