SAL - O que sempre há são nostalgias de antigas formas de sociabilidade
"O que sempre há, porém, são nostalgias de antigas formas de sociabilidade. Fim de ano e férias, por exemplo, são momentos em que encontramos as pessoas em mesas de bar, almoços e festas. Abraçar, cantar, dançar, gargalhar ou brigar em uma conversa sem ajuda de emoticons, são fatos que nos lembram: tudo acontece ao mesmo tempo — mesmo que tais formas presenciais sejam cada vez mais escassas pelo ritmo frenético da vida e, principalmente, por nos acostumarmos a saber dos outros através de aplicativos. E como quase sempre o compartilhamento da vida são de momentos positivos, alegres, vitoriosos, espalha-se uma sensação de bem-estar opressivo, já diagnosticado por muitos especialistas desses temas. Estamos todos sorridentes, reluzentes, quentes, crentes no compartilhamento do melhor que temos. Ou dos vazios que não podemos deletar. Mais uma foto. Mais um vídeo. Mais um mar sem gosto de sal."
LEIA C OLUNA DE FRED COELHO