“É preciso deixar de pensar que a mulher é sempre uma vítima” | Cultura | EL PAÍS Brasil

"Ninguém pede a um homem que compartilhe as opiniões de todos os demais homens do planeta. Isso é impossível. Não estamos dizendo que achamos bom que estuprem as mulheres; o que fazemos é mostrar os deslizes cometidos por esse movimento. Por exemplo, questionar certos homens por atos mínimos e que tiveram consequências graves em suas carreiras. Foi criado um tribunal público onde eles nem ao menos tiveram a chance de se defender. De repente, tivemos a sensação de que todos os homens eram porcos. É preciso estar na pele dos que sofreram violência sexual, mas também pensar nos homens que foram vítimas de acusações muito rápidas e com sérias consequências para suas vidas profissionais.
A censura que esse caso pôde provocar me parece ridícula. É muito grave que se remova um ator de um filme [Kevin Spacey, substituído por outro ator em Todo o Dinheiro do Mundo após ser acusado de agressões sexuais]. São métodos que me fazem lembrar os do stalinismo.."
leia entrevista de Catherine Millet para Alex Vicente
“É preciso deixar de pensar que a mulher é sempre uma vítima” | Cultura | EL PAÍS Brasil: Catherine Millet, escritora e crítica de arte, promotora do manifesto de 100 mulheres francesas contra o movimento #MeeToo, denuncia seus métodos e consequências