O ser e o tempo de Maciel
"O objetivo da contracultura, na qual me tornei guru, mesmo sem querer, era de um novo conhecimento extra-acadêmico, que ultrapassasse os limites acadêmicos tradicionais. Por isso houve na Inglaterra, principalmente, mas também nos Estados Unidos, um esboço das chamadas anti-universidades, em que haviam cursos livres. Você podia dar o curso que bem entendesse, desde química a alquimia e magia, qualquer coisa. Tudo cabia na universidade, eram conhecimentos sem os limites acadêmicos que dizem “isto é ciência, isto não é ciência, isto é pseudociência, isto é superstição, isto é maluquice”. Aí se ensina uma ciência “séria”. A universidade estabelece todos esses parâmetros."
"o principal legado da contracultura foi individual, foi dos indivíduos. Os movimentos são insignificantes, nunca juntaram muitas pessoas, sempre foram movimentos bem minoritários. Falam de 500 mil pessoas em Woodstock, nos Estados Unidos. Imagina, aquela garotada estava de férias, eles não estavam virando hippies. Eles foram passar três dias de férias, tomando banho de rio nu, namorando, queimando fumo. Depois voltaram direitinhos pras universidades, pras suas carreiras. Não teve um grande número de pessoas. Aqui no Brasil também. Meia dúzia de gatos pingados. Agora, se você considerar individualmente certas pessoas, você vai ver que as experiências delas as modificaram, abriram horizontes. Mas isso é o indivíduo."
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